O número de casos de chikungunya tem aumentado consideravelmente no ano de 2020 em Aracaju, conforme atesta a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) por meio de dados passados ao F5 News. Até a manhã da última sexta-feira (28) foram notificados 1.053 casos, com 251 confirmações até o momento.

Essa infecção, que traz grande desconforto, vem afetando muitos aracajuanos nos últimos dias. Começando com febre, dores no corpo e nas articulações que surgem subitamente, os pacientes podem apresentar ainda dor de cabeça, mal estar, fadiga e, em alguns casos, manchas vermelhas ou bolhas pelo corpo. 

Esse foi o caso da gerente administrativa Katiane Mendonça, moradora do bairro Siqueira Campos, na zona Oeste da capital sergipana. Ela conta que os sintomas começaram no domingo passado por volta das 16h, tendo dificuldades para fazer as necessidades básicas.

"Senti um peso nos ombros, daí observei as manchinhas avermelhadas. Na segunda já amanheci sem consegui levantar, ir ao banheiro nem pensar, quando ia, me jogava no vaso e nem descarga dava porque não aguentava apertar. Juntas inchadas, febril, mal estar, enjôo e tontura. O primeiro dia, que foi a segunda, foi o pior - nem comer, nem levantar, nem sentar eu conseguia. Não conseguia nem tomar banho", lembra.

Conforme os números da pasta, no primeiro quadrimestre deste ano foram confirmados 13 casos da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegipty - mesmo vetor da dengue do zika vírus. Em relação ao segundo quadrimestre de 2020, o quantitativo aumentou para 238 confirmações. Em junho passado se verificou o pico da doença até o momento (157 casos), só ficando atrás das confirmações da dengue, que atingiram 229 no mesmo mês.

Em números gerais, até agosto foram registrados 346 casos de dengue, 251 de chikungunya e 12 de zica.

Ainda segundo os dados da SMS, os cinco bairros com mais confirmações de chikungunya foram o 17 de Março, com 30 casos; Dezoito do Forte, com 29; em seguida, o Bugio, com 28; Industrial, Santo Antônio e Porto D'Antas, com 15; e por último, Santos Dumont, com 14 casos. 

Em relação à dengue, no bairro Bugio são 31 casos confirmados; em seguida, o Industrial com 24; Porto D'Antas com 22; o Jardim Centenário com 19 e juntos no quinto lugar empatam os bairros Cidade Nova, Santo Antônio e Getúlio Vargas, cada um com 17 casos. 

Liraa

Nesta segunda-feira (31), a pasta da Saúde deu início à coleta das amostras para o novo Levantamento Rápido do Índice de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa). A ação, que é realizada a cada dois meses, esteve suspensa temporariamente por conta da pandemia, e será retomada juntamente com o retorno do acesso dos agentes aos imóveis, com todas as medidas sanitárias previstas e fornecimento de equipamentos de proteção. 

No último levantamento, realizado entre os meses de janeiro e março, foi constatado que houve um aumento de 0.9 para 1.6, retirando Aracaju da zona de baixo risco, que vai até 0.9, e colocando a capital no médio risco, faixa que compreende de 1.0 a 3.9. 

“O trabalho de coleta das amostras acontecerá durante toda a semana, em todos os bairros da capital, visto que em todos há registros de notificações de casos. Vale destacar que os agentes estão retornando a acessar as residências, sempre com a devida autorização dos proprietários. E assim como vem acontecendo desde o início da pandemia, todos os agentes seguem recebendo os equipamentos de proteção individual, como máscara, protetor facial, luvas e álcool 70%, para garantir a proteção do servidor e da população”, afirmou a supervisora do levantamento, Edjeane Scarlet.