A páscoa é um tempo de celebrar a vida com amigos, família e também com os pets. O momento também permite um maior acesso aos chocolates dentro das residências, por isso, os tutores precisam ter cuidado ao oferecer chocolate aos animais.

Parece difícil imaginar que essa iguaria tão presente em nossas vidas possa fazer um grande mal para os pets, mas é justamente isso o que acontece. 

F5 News foi conversar com o professor Marcos Figueiredo, coordenador do Departamento de Medicina Veterinária de uma universidade em Aracaju, para entender os impactos que o chocolate pode causar quando ingerido pelos animais.

 

Segundo ele, já é bem conhecido que o chocolate pode causar intoxicação nos animais, que acaba gerando vômitos, diarréias, distúrbios de dores, e cólicas, sendo proibido o seu consumo, Mas será que os deliciosos ovos da páscoa são os únicos vilões nessa história?

“O ovo de páscoa que surge através do chocolate é derivado do cacau que contém duas substâncias chamadas teobromina e a cafeína. Essas são substâncias que causam intoxicação nos pets, devido a uma baixa metabolização, ou seja, o fígado não consegue metabolizar essas duas substâncias de forma apropriada”, disse o médico veterinário ao F5 News.

Marcos Figueiredo também fala sobre os ovos que possuem leite. “O animal não produz uma substância chamada lactase, o próprio corpo deveria produzir essa substância, porque ela faz a degradação da lactose, e aí essa lactase não produzida faz com que a lactose ingerida fique acumulada no corpo”, alerta o veterinário, informando que esse acúmulo pode gerar muitos problemas aos animais.

“Perceba que o vilão não é só o ovo de páscoa, na verdade é o leite, que às vezes o animal tem alguma outra doença associada que ele faz com que se agrave. Então, é um conjunto de fatores”, disse Marcos.

Humanização do Pet

Diversas lojas especializadas em animais começaram a comercializar ovos de páscoa para cães, fazendo que os bichinhos de estimação possam participar das comemorações de uma das datas mais importantes do calendário religioso no mundo.

“A humanização do pet se intensificou nos últimos anos, e o aumento da presença de pet na casa das pessoas faz com que a relação entre o tutor e o bichinho seja mais próxima. Com isso a procura por petiscos e agrados cresceu, é uma tendência de comportamento da sociedade que se dá pela necessidade de afeto e troca. Tendo esse cenário como premissa, a consequência é ter a opção de um produto que antes era exclusivo para as pessoas, e agora pode também ser oferecido para o pet”, diz Felipe Oliveira, gerente da categoria Pet Food do Grupo Petz.

Mas, como registra o médico veterinário, Marcos Figueiredo, os pets não têm consciência do que é Páscoa, isso é ação e interferência humana. “A ingestão desse alimento precisa ser instruída por um médico veterinário que trabalhe com alimentação ou seja alguém que trabalhe com nutrição animal para prescrever um alimento apropriado, balanceado e individualizado para o pet, independente da temática do ano”, disse.

“Os mimos precisam ser orientados da mesma forma, para não alterar o metabolismo do pet, gerando problemas gastrointestinais, uma vez que a maioria do animais não está acostumada a ingerir determinados tipos de alimentos", adverte ainda o veterinário.