Confira o cenário atual do rock´n´roll sergipano, na análise de quem o faz | F5 News - Sergipe Atualizado

Dia Mundial do Rock
Confira o cenário atual do rock´n´roll sergipano, na análise de quem o faz
Sílvio Campos, da Karne Krua, e Igor Gnomos, da Bad Name, expõem algumas visões
Entretenimento | Por Monica Pinto 13/07/2024 18h00 - Atualizado em 13/07/2024 19h25


Em janeiro de 2025, uma das mais longevas bandas de rock em Sergipe – a Karne Krua – completa 40 anos de estrada, apresentando um trabalho autoral ininterrupto, baseado em uma música de protesto, de forte cunho político-social. O vocalista da banda, José Sílvio Campos, não só participou ativamente dessa caminhada como, ao longo dela, cuidou de dar uma outra contribuição ao cenário do rock’n’roll em Sergipe. Ele é dono da loja/espaço musical Freedom Discos, no centro de Aracaju, onde sistematicamente recebe músicos e bandas para eventos bastante ecléticos, que abarcam outros gêneros musicais, por vezes os entrelaçando: as chamadas Freedom Sessions.

“Hoje eu vivo profissionalmente da minha loja, que vende música, é um espaço do rock, do jazz, do blues, fomento música, tem música ao vivo, é a loja e, ao mesmo tempo, um espaço de artistas com trabalhos próprios, para apresentarem”, disse Sílvio Campos ao F5 News.

Ele afirma que, no caso da Karne Krua, o que move o grupo é o prazer de se apresentar, o entretenimento, posto que nenhum dos integrantes vive exclusivamente do trabalho musical. Mas, por trás desse aparente marasmo financeiro no cenário sergipano, há uma produção pulsante, grande parte dela autoral.

“Temos inúmeras bandas tocando rock por toda a cidade, pubs têm playlists de bandas que se revezam tocando,  replicando o rock clássico e pop, porém é uma cena exclusiva de cópia; claro, isso não é só em Aracaju”, disse ainda Sílvio ao portal.

“Por outro lado – prossegue o vocalista da Karne Krua - temos variadas bandas que fazem ou estão localizadas numa trincheira chamada autoral, essas são eternamente as bandas que constroem uma cena verdadeira criando, fazendo seus discos, seus shows, com músicas próprias”.

Ressalvando que o trabalho autoral não as impede de tocar uma releitura, cover ou clássico, ele cita como exemplos The Baggios, Black Smoken Machine, Karne Krua, Betrayed The Faces, Cruz da Donzela, Olho Por Olho,  Words Guerrilla, Auscuta, The Lost Tapes, Tripa Sex,  Werden e  os Pedestres, Arthur Matos, , Cidade Dormitório,  Blues, Taia, Sublevaçao, Dry Blues, Scarlet Peace, Warlord, Berzekers. “Isso aí é um pouco dessa cena, existem mais”, diz Sílvio.

E se há rock para todos os gostos, há também variados públicos consumidores do gênero musical, que se perpetuam entre gerações. Essa resistência é observada por Sílvio Campos no âmbito dos frequentadores de seu negócio. “O perfil do consumidor da loja é de jovens de 13, 14, 15 anos, como tem gente de 60 ou 70 anos, o espaço, nesse aspecto, é bem eclético mesmo, de idade, porque é um público que envelheceu escutando rock, então a minha loja agrega isso”, disse ao F5 News.

Três décadas de rock

Neste dia Mundial do Rock, 13 de julho, o portal conversou também com Igor Gnomos, guitarrista da banda Bad Name, fundada em 2022, inicialmente para participar de uma competição de bandas cover, como cover do Bon Jovi.

A estréia muito bem sucedida, no Taberna Rock Bar, em Aracaju, com lotação máxima, inspirou a Bad Name a ampliar seus horizontes. Assim, deixou de apostar no cover de Bon Jovi para apresentar um passeio musical por três décadas de hard e pop rock, com clássicos dos anos 80, 90 e 2000.

Atualmente, a banda é composta por Henningh (vocal), Bruno Fernandes (guitarra), Igor Gnomos (guitarra), Gabriel "Gepetto" (baixo), Daniel "Hantaro" (teclado) e Victor Reis (bateria).

Esse repertório permitiu aos músicos identificar as várias transformações e reinvenções na esfera do rock e Igor Gnomos atesta que, a cada década, emergem características próprias  nas bandas das respectivas épocas.

“Nos anos 80, o hard rock foi bastante popular com Van Halen, Guns N'Roses, e traziam músicas com temáticas românticas, enérgicas, festeiras...solos de guitarra marcantes e refrões clássicos, além do visual notório da época”, disse o guitarrista ao F5 News.

“Já nos anos 90 é a vez do Grunge, do alternativo, e a festa oitentista é trocada pela reflexão da vida cotidiana, por vezes melancólica e depressiva, com visuais mais despojados, menos laquê e mais blusas de flanela. Nirvana, Pearl Jam e Alice in Chains são ótimos exemplos”, prossegue Igor.

“Nos anos 2000, é a vez do pop punk, do nu metal, bandas como Linkin Park e Evanescence marcaram essa geração. Cada década traz consigo uma nova roupagem ao Rock, mas sem deixar a sua essência”, completa.

 

 

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