Agricultores investem R$ 413 mil nas lavouras por meio do crédito rural
Economia 23/01/2012 12h48
O crédito rural é um instrumento de assistência técnica voltado para os produtores rurais no sentido de estimular os investimentos e auxiliar no custeio da produção e comercialização dos produtos. Trata-se de uma alternativa para o homem do campo descapitalizado que quer investir em seu negócio. Fazem parte deste grupo alguns agricultores familiares assistidos pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). Eles, que contam com assistência técnica e irrigação gratuitas, injetaram nos perímetros irrigados R$ 413 mil por meio do crédito rural só no ano passado.
Em 2011, a Cohidro elaborou 82 projetos para a produção de alimentos e autorizou a elaboração de mais 5 por empresas especializadas. Esses documentos são necessários para a solicitação do financiamento. A maior parte deles, 48, visa à produção de grãos e sementes de milho no perímetro Califórnia, em Canindé de São Francisco. Juntos, eles somaram R$ 191 mil.
Ainda no perímetro Califórnia, R$ 126 mil foram destinados à manutenção de culturas como goiaba, acerola e quiabo, atendendo a 21 projetos. Já no perímetro Piauí, em Lagarto, foram liberados R$ 31 mil para o custeamento de tomate e pimentão, por meio de 5 projetos aprovados. No perímetro Jacarecica I, em Itabaiana, 13 projetos para a manutenção de amendoim e batata-doce, dentre outras culturas, receberam financiamentos de R$ 65 mil. No total, foram investidos nos perímetros irrigados R$ 413 mil por meio do crédito rural.
Arício Resende Silva, engenheiro agrônomo e assessor de Crédito Rural da Cohidro, é quem recebe as demandas dos produtores e elabora os projetos que vão pleitear o financiamento público. “Recebo as solicitações dos perímetros, faço as análises econômicas e elaboro os projetos. Em seguida encaminho a solicitação com toda a documentação necessária para que seja aprovada pelo agente financiador. Nós fazemos acompanhamos todo o andamento através de laudos de avaliação técnica para a liberação dos recursos”, explica o assessor.
No ano passado, foram realizados 61 estudos de viabilidade econômica dos projetos requeridos. Também foram produzidos 53 laudos de avaliação técnica para a liberação das parcelas subseqüentes dos financiamentos. Nesta etapa, um técnico da Cohidro vai a campo averiguar como anda a aplicação dos recursos. É uma das exigências da instituição financeira para continuar liberando as parcelas.
O produtor do perímetro Califórnia, Antônio Cosme Teixeira, já colhe os frutos advindos do crédito rural. O agricultor, que investiu R$ 10 mil em sua propriedade através dos programas de financiamento, viu sua renda crescer, bem como o conforto da família. “Através do financiamento pude aumentar minha produção, bem como implantar novas culturas na minha roça. Com o lucro que obtive, além de quitar a dívida, consegui comprar um carro, uma moto, dois terrenos e um bocado de coisa. Uma das melhores decisões que tomei na vida foi procurar a Cohidro atrás do crédito rural”, declara Cosme.
Planejamento
Segundo Arício, com planejamento o produtor quita as dívidas e ainda obtém lucro com o aprimoramento de sua produção. “A ideia do financiamento é que o produtor invista em seu próprio negócio, e com o resultado financeiro, pague o banco e obtenha lucro entre 30% e 40%. Se tiver os devidos cuidados, com uma assistência técnica da Cohidro e uma produção irrigada de graça, não há chances de prejuízo. De uma maneira geral, para o pequeno, grande e médio produtor, sem investimento não se consegue nada. A dica é ter planejamento”, revela o especialista.
Taxas mais atrativas
A Cohidro trabalha em parceria com o Banco do Brasil (BB), Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e Banese através de três linhas de crédito: recursos próprios, FNE Rural (Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste) e Pronaf (Programa de Fortalecimento da Agricultura Família).
Segundo o especialista em crédito rural, o Pronaf, uma das modalidades de financiamento, agora oferece mais atrativos para o homem do campo. “Recentemente, a presidenta Dilma anunciou a redução dos juros nas linhas de investimento do Pronaf. As taxas irão variar de 0,5% a 2% a partir de julho deste ano, quando anteriormente oscilavam entre 1% e 5,5%. Para a próxima safra também foi anunciada a garantia de R$ 16 bilhões para crédito destinado a agricultura familiar. Essas novidades geram mais expectativa aos pequenos produtores rurais”, destaca Arício.
Para o presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, o crédito rural é mais uma ferramenta dos governos Estadual e Federal para a melhoria da qualidade de vida do pequeno produtor rural. “Para o homem do campo que está descapitalizado, o crédito rural pode ser uma boa alternativa. Sem recursos próprios para manter sua produção, ele recorre aos agentes financeiros e, após a colheita, usa o dinheiro das vendas para pagar o financiamento. Trata-se de um bom negócio para a geração de renda e bem estar social para o agricultor e sua família, por isso tem total apoio da Cohidro”, declara Mardoqueu.
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