Governo de Sergipe mantém cinco unidades de conservação ambiental | F5 News - Sergipe Atualizado

Governo de Sergipe mantém cinco unidades de conservação ambiental
Áreas protegidas são importante campos de pesquisa e conservação
Cotidiano | Por Agência Sergipe de Notícias 05/06/2019 20h30


O dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado nesta quarta-feira (05), é lembrado em várias localidades mundiais e alerta as pessoas para a importância da preservação da natureza. Em Sergipe não é diferente. O Governo do Estado, atento às questões ambientais, cuida e preserva do patrimônio, em especial, das cinco unidades de conservação ambiental que são geridas com recursos do estado.

São elas: o Monumento Natural (MONA) Grota do Angico, em Poço Redondo; Refúgio de Vida Silvestre (RVS) Mata do Junco, em Capela; Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) Mata do Cipó, em Siriri, que juntas protegem cerca de 3.057,66 hectares de florestas nativas no Estado; e duas Áreas de Proteção Ambiental (APA) do Litoral Sul, que abrange Itaporanga, Estância, Santa Luzia do Itanhy e Indiaroba e a APA Morro do Urubu, em Aracaju, último fragmento de mata atlântica da capital.

Com isso, elas representam o patrimônio ambiental do estado, com vegetação nativa protegida, espécies ameaçadas de extinção, espécies endêmicas (Macaco Guigó), beleza cênica, proteção de recursos hídricos fundamentais para o abastecimento humano, pesquisa científica e educação ambiental. Para manter as sedes administrativas das unidades, o governo investe cerca de R$ 1 milhão por ano, além do trabalho de fiscalização que é desempenhado pela Adema.

A Grota do Angico fica no Alto Sertão Sergipano e é uma unidade de conservação estadual criada através do Decreto 24.922 de 21 de dezembro de 2007. A região abriga remanescentes florestais da Caatinga, bioma exclusivamente brasileiro e quase em sua totalidade nordestino. O local, além de deter de elementos culturais importantes para o Estado, mantém a integridade dos ecossistemas naturais da Caatinga, sendo campo de desenvolvimento de pesquisa científica, educação ambiental e ecoturismo.

Segundo o último relatório do Ministério do Meio Ambiente, a Reserva Monumento Natural Grota do Angico, abriga 25 espécies de mamíferos; 150 de aves; 45 de répteis e anfíbios; e 180 de vegetais.  A reserva criada pelo Governo, é administrado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade (Sedurbs), por meio da Superintendência de Recursos Hídricos e Meio Ambiente.

“O Monumento Natural da Grota do Angico é uma unidade de conservação criada e mantida pelo governo do Estado, que tem uma importância fundamental para a preservação da nossa Caatinga e da fauna daquela região. As ações de conservação empenhadas ali mostram o compromisso do Governo com o meio ambiente e com a nossa caatinga, disponibilizando estrutura e área de reserva para a sociedade, para os que fazem estudos pesquisa e, também, para os amantes do ecoturismo”, explica o superintendente especial dos Recursos Hídricos e Meio Ambiente, Ailton Rocha.

As ações citadas pelo superintendente se evidenciam pelo intenso trabalho de conservação desenvolvido no local. "Temos estudos que comprovam que 25% da remanescente de caatinga original foi devastado e isso tem a ver com o avanço socioeconômico das cidades que fazem parte deste ecossistema. Mas, em Sergipe, os mais de dois mil hectares da reserva são completamente protegidos e servem como campo de pesquisa para estudiosos. O trabalho tem dado tão certo que alguns animais, endêmicos da área, já apresentam um crescimento populacional. E isso é resultado das ações de conservação", detalha o gerente de Meio Ambiente da Sedurbs, Elísio Marinho.

Se destacam na mata três espécies de mamíferos endêmicas do Bioma Caatinga: (mocó Kerodon rupestris; morcego Xeronycteris vieirai; rato - nariz - de - fogo (Wiedomys pyrrhorhinus). A reserva ainda é morada de alguns animais e plantas endêmicos -- àqueles que só existem em determinada região -- e são objetos de estudos de diversos pesquisadores. Entre as árvores da região, destaca-se a craibeira (Tabebuia aurea) que, além de exuberante beleza, povoa uma das mais conhecidas crendices regionais. É que, na sabedoria popular, a presença da árvore induz à proximidade de água.

Em Capela, no Leste Sergipano, a 67 km da capital sergipana, o Refúgio de Vida Silvestre (RVS) Mata do Junco é um dos maiores remanescentes de Mata Atlântica do Estado, o Refúgio objetiva preservar um fragmento do bioma brasileiro mais afetado pela ação antrópica, a Mata Atlântica. Na Mata do Junco, encontra-se a presença de uma das espécies de primatas mais ameaçadas de extinção do Brasil, o Callicebus coimbrai, conhecido como guigó-de-Sergipe, espécie de distribuição geográfica restrita ao nosso estado e Norte da Bahia que tem uma população significativa.

Em abril deste ano, os pesquisadores começaram o trabalho de reinserção do primeiro animal dessa espécie que vivia em cativeiro. Se tratava de um jovem macaco que vivia ilegalmente como animal de estimação na região metropolitana de Salvador (BA), e que foi devolvido voluntariamente por uma moradora e o local escolhido para reintrodução do animal é uma unidade de conservação criada pelo governo de Sergipe

Já a Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) Mata do Cipó em Siriri, também no Leste Sergipano, tem aproximadamente 60 hectares de Mata Atlântica e está localizada entre os municípios de Siriri e Capela. A localidade possui características naturais extraordinárias e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-la com os objetivos de conservação da natureza. 

O Estado gere ainda, duas Áreas de Proteção Ambiental (APA) do Litoral Sul, que abrange Itaporanga, Estância, Santa Luzia do Itanhy e Indiaroba e a APA Morro do Urubu.

A APA Morro do Urubu fica na área urbana de Aracaju e tem a única reserva de mata atlântica da capital e fica Zona Norte. Já na APA do Litoral Sul estão as praias mais habitadas do Estado, destacando-se a Caueira, Saco e Abais. Observam-se também as maiores áreas de restingas arbóreas, manguezais e manchas mais preservadas de Mata Atlântica, além das aves migratórias.

Unidades de Conservação ambiental

Unidade de Conservação (UC) é a denominação dada pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) (Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000) às áreas naturais passíveis de proteção por suas características especiais. Sendo a proteção do meio ambiente uma competência que concorre a todas as esferas do Poder Público, à iniciativa privada e toda sociedade civil, coube ao SNUC disponibilizar a estes entes os mecanismos legais para a criação e a gestão de UCs (no caso dos entes federados e da iniciativa privada) e para participação na administração e regulação do sistema (no caso da sociedade civil), possibilitando assim o desenvolvimento de estratégias conjuntas para as áreas naturais a serem preservadas e a potencialização da relação entre o Estado, os cidadãos e o meio ambiente.

As unidades de conservação da esfera federal do governo são administradas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Nas esferas estadual e municipal, por meio dos Sistemas Estaduais e Municipais de Unidades de Conservação.

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