Por que os juros do crédito são tão altos no Brasil? | Marcio Rocha | F5 News - Sergipe Atualizado

Por que os juros do crédito são tão altos no Brasil?
Blogs e Colunas | Marcio Rocha 15/06/2024 09h06

O alto custo do crédito no Brasil é um desafio antigo para os consumidores, impactando desde a compra de um imóvel até o financiamento de um carro. As taxas de juros cobradas pelos bancos brasileiros estão entre as mais altas do mundo, o que torna o acesso ao crédito um luxo para muitos. Mas quais são os fatores que contribuem para essa realidade? E como o Brasil se compara a outros países, como Portugal, que possuem taxas de juros mais baixas? Vamos descomplicar a economia?

Fatores que contribuem para os altos juros no Brasil:

Selic: A taxa básica de juros, definida pelo Banco Central, é um dos principais fatores que influenciam o custo do crédito. No Brasil, a Selic historicamente se encontra em patamares elevados, o que encarece o dinheiro emprestado pelos bancos. Essa taxa é utilizada como instrumento para controlar a inflação, e quando a inflação está alta, como no caso brasileiro, a Selic tende a subir.

Risco: O Brasil possui um histórico de instabilidade econômica e inadimplência, o que aumenta o risco para os bancos na concessão de crédito. Para compensar esse risco, as instituições financeiras cobram taxas de juros mais altas.

Concentração bancária: O mercado financeiro brasileiro é dominado por um número reduzido de grandes bancos, o que limita a concorrência e reduz a pressão para a queda das taxas de juros.

Custos bancários: Os custos operacionais dos bancos no Brasil são relativamente altos, o que também contribui para o aumento das taxas de juros.

Falta de educação financeira: A falta de conhecimento sobre finanças pessoais entre a população brasileira dificulta a comparação de ofertas e a negociação de melhores taxas de juros.

E como é além-mar?

Fazendo a rota contrária das grandes navegações, aportamos em Portugal, que, no outro lado, apresenta um cenário bem diferente. As taxas de juros do crédito à pessoa física no país são significativamente mais baixas do que no Brasil. Isso se deve a diversos fatores, como:

Euribor: A taxa de juro de referência em Portugal, a taxa Euribor, é historicamente mais baixa do que a Selic.

Menor risco: Portugal possui um histórico de maior estabilidade econômica e menor inadimplência do que o Brasil, o que reduz o risco para os bancos.

Maior concorrência: O mercado financeiro português é mais competitivo, com um número maior de instituições financeiras, o que pressiona para a queda das taxas de juros.

Menores custos bancários: Os custos operacionais dos bancos em Portugal são relativamente baixos, o que também contribui para a redução das taxas de juros.

Maior educação financeira: A população portuguesa possui um nível de educação financeira mais elevado do que a brasileira, o que facilita a comparação de ofertas e a negociação de melhores taxas de juros.

No comparativo, entendemos que os altos juros do crédito no Brasil são um reflexo de diversos fatores, como a alta taxa Selic, o risco elevado da inadimplência, a concentração bancária, os altos custos bancários e a falta de educação financeira da população. Comparado diretamente a Portugal, que possui taxas de juros mais baixas, o Brasil precisa tomar medidas para reduzir o custo do crédito e torná-lo mais acessível à população. Isso inclui medidas como a redução da taxa Selic, a promoção da concorrência no mercado financeiro, a diminuição dos custos bancários e a ampliação dos programas de educação financeira, como explicado nos fatores individuais de cada país.

E você consumidor, lembre-se sempre que é importante pesquisar e comparar diferentes ofertas de crédito antes de contratar um empréstimo ou financiamento. Não hesite em negociar as taxas de juros com o banco, afinal, sempre dão um jeito quando insistimos. E o mais importante, não é? Utilize o crédito com responsabilidade para evitar endividamento, e assim descomplique a economia!

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Marcio Rocha é jornalista formado pela UNIT, radialista formado pela UFS e economista formado pela Estácio, especialista em jornalismo econômico e empresarial, especialista em Empreendedorismo pela Universitat de Barcelona, MBA em Assessoria Executiva pela Uninter, com experiência de 23 anos na comunicação sergipana, em rádio, impresso, televisão, online e assessoria de imprensa.

E-mail: jornalistamarciorocha@live.com

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