Por telefone, no início da tarde desta sexta-feira (21), o presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, garantiu ao governador Belivaldo Chagas que a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) não será fechada. Ele disse que estará na primeira semana de outubro em Aracaju para estudar, de forma conjunta com o governo do Estado, alternativas para um projeto de viabilidade da fábrica que contemple redução de custos e melhoria de competitividade.

Representantes de Sergipe em reunião hoje com o presidente da Petrobras (foto: Secom/SE)

Ao comemorar a informação, Belivaldo antecipou que a ênfase do encontro será aprofundar o estudo feito pelo Governo, por um grupo de trabalho sob a coordenação do secretário de Desenvolvimento Econômico, José Augusto Pereira de Carvalho. Apresentado à diretoria da Petrobras, os dados reunidos foram capazes de reverter a decisão inicial de fechar a Fafen.

Representando o Estado de Sergipe, estiveram reunidos na tarde de hoje na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, o secretário José Augusto Pereira de Carvalho, acompanhado dos assessores José de Oliveira Júnior e Carlos Augusto Franco, além do ex-governador de Sergipe Albano Franco, que acompanha essa luta desde o início.

O secretário José Augusto Carvalho falou com exclusividade ao F5 News sobre o papel da Fafen na economia sergipana: “Ela é a base da cadeia de fertilizantes de Sergipe, conta com quase uma dezena de misturadoras e um grande número de transportadoras que, junto com dezenas de empresas prestadoras de serviço, devem ser responsáveis por mais de 4.000 empregos”.

José Augusto Carvalho destacou ainda que a única mina de Potássio - um dos três componentes do fertilizante - no território nacional fica em Sergipe. “Mexer na Fafen pode significar mexer no abastecimento brasileiro de fertilizantes. Lembrando que o único setor da economia nacional que está em crescimento é o agronegócio, o empenho de Sergipe para resguardar este setor foi muito importante”, disse.

O deputado federal Laércio Oliveira comemorou a notícia, na qualidade de um dos principais articuladores na Câmara Federal em defesa da permanência da Fafen operando em Sergipe. Em março passado, ele esteve pessoalmente com o presidente Michel Temer argumentando que o fechamento da fábrica não deveria levar em conta apenas aspectos econômicos. “Existe um problema social que a gente precisa encontrar uma solução”, disse Laércio. “O fechamento da Fafen irá colocar mais de 1500 empregos de trabalhadores sergipanos em risco. São mais de 250 concursados da Petrobrás, quase 500 trabalhadores terceirizados e mais de 750 pessoas que trabalham indiretamente com a Fafen. Isso vai provocar um grande impacto negativo na economia sergipana, pois afetará a indústria, o comércio, o setor de serviços e até mesmo o turismo de negócios em nosso estado”, ponderou Laércio ao presidente Temer.

À imprensa, o deputado comentou que, além do impacto social, as mais de 600 mil toneladas de fertilizantes nitrogenados produzidas pela Fafen são uma importante fonte de arrecadação de impostos em Sergipe. “O Estado ficará menor e mais pobre com o fechamento da Fafen. Isso não pode acontecer. Estou mostrando ao presidente Michel Temer que essa medida é ir na contramão do desenvolvimento do estado”, disse Laércio.

Em julho passado, o secretário José Augusto Carvalho e o deputado tiveram uma audiência com o governador Belivaldo Chagas, na qual ficou acertado que Laércio seria o portador do relatório final do estudo em defesa da Fafen para os demais membros da bancada federal de Sergipe. 

“Estamos aqui para somarmos forças e mostrar que há alternativas à paralisação da produção e viabilidade para a permanência da Fafen em Laranjeiras. Não mediremos esforços para conseguirmos alcançar os objetivos e mantermos a Fafen no nosso estado para continuar gerando emprego e renda, direta ou indiretamente”, enfatizou Laércio. 

Ao receber a notícia hoje, o deputado federal falou de sua alegria ao F5 News. “Todo nosso movimento foi recompensado. Essa é a tarefa de um parlamentar: se engajar nas causas que defendam os interesses da população que representa. Sergipe respira aliviado”, disse Laércio.