Um sonho interrompido: aos 14 anos, Áthila era promessa no futebol brasileiro | F5 News - Sergipe Atualizado

Ninho do Urubu
Um sonho interrompido: aos 14 anos, Áthila era promessa no futebol brasileiro
Jovem de Lagarto (SE) é uma das vítimas do incêndio no Centro de Treinamento do Flamengo
Cotidiano | Por Aline Aragão 09/02/2019 13h45 - Atualizado em 09/02/2019 19h16


Foi o objetivo de se tornar jogador profissional que levou o garoto Áthila Souza Paixão, 14 anos, do município de Lagarto, no Sul de Sergipe, para o Rio de Janeiro. Era a realização do sonho de um menino de família humilde, do interior sergipano, que dava os primeiros passos em um dos maiores clubes de futebol do país, o Flamengo. Quanto orgulho para a família que agora chora a dor da perda repentina, e vê um sonho se dissipar no ar, assim como a fumaça do incêndio que abalou a todos os brasileiros nesta sexta-feira (08).

O incêndio no Ninho do Urubu, o Centro de Treinamento (CT) do Flamengo na Zona Oeste do Rio, deixou dez mortos e três feridos. O fogo atingiu o alojamento em que vivem os atletas da base do clube. No momento em que as chamas começaram, os garotos dormiam.

Áthila iniciou no futebol na Escolinha Geração Futuro de Lagarto e estava treinando no Flamengo desde abril de 2018. Em entrevista à reportagem da TV Sergipe, o pai do jovem, Damião Santos Paixão, diz que desde pequeno ele sempre foi muito habilidoso com a bola e chamou a atenção de vários clubes depois de participar da Copa Zico.

"Ele foi disputar uma Copa Zico há mais ou menos um ano, chegando lá os clubes se interessaram. Na época, só tinha 13 anos. Era para ir para o Bahia, a gente falou: ‘Não vai. Vamos ver se você vai para o Rio de Janeiro’. Ele chegou no Rio e matou a pau, muito habilidoso, Fluminense, Flamengo e outros clubes interessados nele. Chega o convite: ‘Athila, vem fazer o teste no Flamengo. Ele veio alegre: 'Painho, chegou um convite para mim. Daqui a dois meses preciso retornar lá”, narrou o pai.

O garoto era motivo de orgulho para a família, amigos e moradores do povoado Brasília, para onde voltou no período de férias. O último final de semana passou ao lado dos familiares e embarcou para o Rio de Janeiro no domingo (03). "Domingo ele estava aqui de férias, embarquei ele em Aracaju. Ainda falei: 'Athila, se não quiser, pode ficar de boa'. Ele disse: 'Pai, é tudo que eu quero'. Disse para ele: 'Se é o que você quer, vou te apoiar’”, respondeu Damião.

O pai do adolescente disse ainda que toda noite falava com o filho e só dormia depois de saber que estava tudo bem. “Ontem falei com ele, eu só dormia quando falava com ele. Toda noite, toda noite, toda noite”, contou.

Áthila, que faria 15 anos no próximo dia 11 de março, começou treinando na escolinha 'Geração Futuro', na cidade de Lagarto e viajou para o Rio de Janeiro para realizar testes no Flamengo no dia 28 de março de 2018. No dia 9 de abril, ele recebeu a notícia de que foi aprovado nos testes e ficou no clube carioca. O jovem atacante jogou a Copa Zico, em 2018 e se destacou pelos três gols marcados.

Antes de retornar para o CT, os amigos organizaram um jogo, uma partida de despedida. Eles só não esperavam que fosse a última. “Na quinta-feira ele estava aqui e fizemos um jogo para se despedir. Toda vez que ele vinha, jogava com a gente, mas não esperamos que aquela fosse a última vez”, disse o amigo Hugo.

Outro amigo, o vigilante Vaininho, lembra que esteve presente na infância do jogador e ainda é difícil acreditar no que aconteceu. “Eu levava ele para o campo e deixava treinar, desde pequeno, sempre teve muito talento. Quando vi a reportagem, não acreditei, não imaginei que ele estivesse no meio”, desabafou.

O treinador e presidente da Escolinha Geração Futuro, Arielson Bezerra, lembra do empenho em fazer com que Áthila fosse convocado pelo Flamengo. “Passa pela cabeça todo trabalho individual, quando o Flamengo sinalizou que queria contar com ele, toda preparação que a gente fez, toda tarde, para tentar prepará-lo para chegar bem no clube”, afirmou.

Ele diz ainda que o jovem atleta estava muito feliz, “por estar conseguindo direcionar a carreira em um grande clube e um clube que ele torcia”.

Para a família fica a dor e a tristeza pela perda do filho querido, mas apesar da tragédia, fica a esperança de que o sonho de Áthila seja inspiração para tantos outros meninos, que assim como ele, possam acreditar que é possível.

Os pais do jovem embarcaram para o Rio de Janeiro para cuidar da liberação do corpo, mas ainda não há informações sobre o velório e sepultamento.

Veja abaixo quem são as vítimas da tragédia

Athila Paixão, de 14 anos

Arthur Vinícius de Barros Silva Freitas, 14 anos

Bernardo Pisetta, 14 anos

Christian Esmério, 15 anos

Gedson Santos, 14 anos

Jorge Eduardo Santos, 15 anos

Pablo Henrique da Silva Matos, 14 anos

Rykelmo de Souza Vianna, 16 anos

Samuel Thomas Rosa, 15 anos

Vitor Isaías, 15 anos

 

 

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