MP ajuiza nova ação contra ex-gestor do Hospital Cirurgia
Empresários e supostos laranjas também foram denunciados Cotidiano | Por F5 News 16/10/2019 16h45 - Atualizado em 16/10/2019 17h33O Ministério Público do Estado (MPE) de Sergipe ajuizou nesta quarta-feira (16) uma nova denúncia contra o ex-gestor da Fundação Beneficente Hospital de Cirurgia, empresários e supostos laranjas pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e organização criminosa.
No mês de setembro, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou a terceira fase da Operação Metástase, com o cumprimento de oito mandados de busca e apreensão em Aracaju e Nossa Senhora das Dores.
Segundo o MPE, por meio de levantamentos de dados e de campo, o ex-gestor do Hospital de Cirurgia utilizou-se de duas construtoras, registradas em nome de “laranjas” - sócios residentes no município de Nossa Senhora das Dores - com a finalidade de desvio de verba pública da saúde e utilizadas na compra de bens e enriquecimento ilícito do gestor à época.
Na denúncia, o Gaeco diz que, com o afastamento do ex-gestor, de dois tesoureiros e do primeiro-secretário da diretoria do hospital, uma das empresas iniciou um processo de migração das atividades empresariais, "passando a realizar obras de construção civil no município de Nossa Senhora das Dores, localidade em que um dos denunciados detém enorme influência política e econômica".
O Hospital de Cirurgia emitiu a "Nota Informativa" cuja íntegra está a seguir:
"Diante da nova denúncia ajuizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO),
relacionada ao ex-gestor do Hospital de Cirurgia, a Direção desta fundação hospitalar informa que está à disposição da justiça, pois o desejo da instituição é que os fatos sejam apurados e a justiça seja feita.
Ressaltamos ainda que a investigação não envolve a atual gestão, que encontra-se sob intervenção judicial desde novembro de 2018".
Investigação
A primeira fase ocorreu em 24 de julho de 2018 em Aracaju e Dores, quando então diretores da Fundação Beneficente foram detidos e ganharam liberdade no dia seguinte após pagamento de fiança: o então diretor presidente Milton Santana e seu filho André Santana, que era coordenador do setor de compras do Hospital. A Polícia flagrou armas e munições em suas residências.
A segunda fase foi deflagrada em 19 de dezembro passado e cumpriu seis mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e empresariais de ex-gestores e também de uma distribuidora de remédios é produtos hospitalares.
A então diretoria do Hospital Cirurgia (alvo desta investigação) foi afastada em novembro de 2018. Eles são suspeitos de organização criminosa, lavagem de dinheiro e peculato.
Segundo os investigadores, a partir de relatórios de gestão desde o ano de 2015, foram verificadas irregularidades que incluem nepotismo, pagamento de contas pessoais , contratação de empresas próprias em nome de laranjas e a consequente desassistência da população.
Atualmente, o Hospital está sob a intervenção de Márcia Guimarães, servidora da Secretaria de Estado da Saúde.
(Matéria atualizada às 17h30 para acréscimo de informações)
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