Adema investiga se jacaré foi colocado em lago da Orla de propósito | F5 News - Sergipe Atualizado

Aracaju
Adema investiga se jacaré foi colocado em lago da Orla de propósito
Animal silvestre foi encontrado e equipe do órgão procura realizar o resgate
Cotidiano | Por Fernanda Araujo 25/06/2019 17h06 - Atualizado em 25/06/2019 17h53


Nos últimos dias, o aparecimento de um jacaré em uma área urbana de Aracaju causou espanto em parte da população e levantou questionamentos sobre os motivos para essas aparições. O jacaré-de-papo-amarelo é um réptil carnívoro que tem como seu habitat ecossistemas associado à água em bacias hidrográficas como a do São Francisco, mas também ocorre em mangues - ecossistema nativo da capital sergipana. 

Na última sexta, 21, o animal, um filhote de menos de um metro, foi avistado solto pela primeira vez no lago pequeno que fica próximo ao Oceanário da Orla de Atalaia, litoral de Aracaju, principal cartão postal turístico da cidade. Desde então, segundo a Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema), o animal tem sido monitorado. Nesta terça-feira (25), o órgão informou que o jacaré foi encontrado e uma equipe está no local colocando armadilhas com o objetivo de realizar seu resgate. 

O surgimento desse jacaré naquele espaço, porém, segundo o presidente da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema), Gilvan Dias, pode ser proveniente da ação humana. O órgão ainda investiga de que forma o animal apareceu na área dos lagos, já que o espaço não é um criadouro dessa espécie, no entanto, existe a suspeita de que alguém o tenha introduzido na região ainda pequeno de propósito. Se confirmado, o responsável deve sofrer sanções legais.

"Uma vez a pessoa sendo identificada, se é que realmente isso ocorreu, poderá sofrer sanções administrativas e criminais, pois não tem autorização do manejo do animal e nem tampouco a expertise. Essa ação põe o animal em risco e mais ainda a população, tendo em vista que um animal tão agressivo quanto um jacaré está em convívio com pessoas, o que não é aceitável. Ele é um animal silvestre, dificilmente será domesticado, ou seja, não tem convívio natural com o ser humano", explica Gilvan Dias. 

Há algum tempo, aparições desse réptil em espaços urbanos têm assustado moradores da capital sergipana que vivem em áreas de manguezal, praias e lagos, como nas zonas de expansão. De acordo com Gilvan Dias, as chuvas aumentam a incidência de jacarés e outros répteis em áreas próximas a lagos e rios, além disso, é normal que neste período apareçam principalmente nas áreas de expansão, tendo em vista a sobreposição dos empreendimentos imobiliários com seus habitats nessas regiões.

"A questão da expansão imobiliária é o clássico meio ambiente x desenvolvimento. Aquela área de expansão tem uma vegetação polígono de pântano, voltado para lagoas, propícias para nascimento, reprodução e vida dessas espécies. Alguns avanços no sentido imobiliário têm afugentado essas espécies, isso é pacífico. Quando falamos da questão imobiliária, é que mesmo com toda a autorização legal, há uma supressão de uma área que é originária desses seres", relata Dias. 

Outra possibilidade para o surgimento dos répteis nas áreas de expansão são aqueles que ficam na reserva do Tecarmo, no bairro Aruana, e que com as chuvas acabam saindo do espaço com o aumento do nível dos lagos. "Temos hoje uma reserva que é o Tecarmo, onde é uma responsabilidade de inúmeros animais répteis, como jacarés. Com as chuvas, há enchentes de alguns lagos que fazem com que esses animais acabem saindo de uma contenção. Isso é uma realidade. No entanto, aqueles que possivelmente possam sair não têm como ter logística de chegar até o lago da Orla", completa.

Monitorado

Após rumores do aparecimento do jacaré, a Adema sinalizou a área e colocou aviso para que a população não se aproxime. Segundo o veterinário do órgão, responsável pela operação de resgate, Daniel Allievi, assim que o animal for capturado ele passará por exame clínico e se estiver saudável será imediatamente solto numa reserva.

Caso esteja com alguma enfermidade, o réptil será encaminhado para o Centro de Tratamento de Animais Silvestres, o CETAS, para passar por tratamento. Com o focinho mais largo de todos os crocodilianos, ele vive aproximadamente 50 anos e é conhecido por este nome já que estes animais costumam ficar com a área do papo amarelada durante a fase do acasalamento.

A Adema alerta que, por serem animais agressivos, não é recomendado a aproximação ou manejo do réptil por leigos, e nem alimentá-lo. Apenas técnicos habilitados podem fazer a contenção e captura. A comunidade que encontrar jacarés em suas proximidades deve imediatamente acionar a Adema pelo telefone (79) 98835-5965. A orientação serve também para qualquer outro animal silvestre, a exemplo das cobras.

*Com informações da Ascom/Adema

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