Brasil pode ser líder em desenvolvimento sustentável, dizem cientistas | F5 News - Sergipe Atualizado

Meio Ambiente
Brasil pode ser líder em desenvolvimento sustentável, dizem cientistas
É preciso corrigir rumos e adotar políticas adequadas
Brasil e Mundo | Por Agência Brasil 08/11/2018 07h50 - Atualizado em 08/11/2018 19h56


País com a maior biodiversidade do planeta, o Brasil tem a legislação necessária, o capital humano e a capacidade instalada para ser líder mundial nos acordos globais para o desenvolvimento sustentável, porém precisa corrigir rumos e adotar políticas mais adequadas. É o que aponta o Sumário para Tomadores de Decisão do Primeiro Diagnóstico Brasileiro de Biodiversidade e de Serviços Ecossistêmicos, lançado hoje (8) pela Plataforma Brasileira de Biodiversidade e de Serviços Ecossistêmicos (BPBES, da sigla em inglês), em evento no Museu do Amanhã, na zona portuária do Rio de Janeiro.

Criada em 2015, a plataforma reúne cerca de 120 pesquisadores, com apoio financeiro do governo federal e do governo de São Paulo, e foi inspirada na Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), das Nações Unidas, datada de 2012

Para o professor de ecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro Fabio Scarano, um dos coordenadores do trabalho, a cada ano, os dados científicos trazem novas informações e evidências sobre a urgência de se cuidar do planeta. Ele destaca que apesar de ainda ter muitas questões para resolver, o Brasil já obteve grandes avanços.

“O país tem uma legislação boa para lidar com sistemas naturais, tem capacidade instalada, formação de recursos humanos. Estamos formando mais do que um doutor por dia no setor de biodiversidade. Há muitos ganhos, o país tem histórico de liderança nos acordos globais, tanto na diversidade biológica como no clima, no combate à desertificação e nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável."

Por outro lado, ele aponta que o país tem ações contraditórias. “Temos várias leis que não são cumpridas, cerca de 80% do desmatamento no país é ilegal. Temos também a necessidade de se mudar de uma prática mais marrom para uma prática mais verde [de produção e consumo]. E a iniciativa não deve vir só do governo, mas também do setor privado, para a gente criar um ambiente mais favorável que se dê essa mudança”. 

Já o coordenador da plataforma brasileira, Carlos Joly, defende que a principal mudança é dar escala global para soluções locais. “Não é uma construção exclusivamente da academia, já está envolvendo outros atores. Agora, com essas conclusões, nós vamos tentar ver de que forma isso pode ser implementado. Se você senta com o produtor agrícola e explica que manter áreas de vegetação nativa, com a presença dos polinizadores, isso vai aumentar a produtividade em 20% na soja, ele vai entender que tem a ganhar com isso.”

Sumário

Ao apresentar o trabalho, a professora da Universidade de Brasília Mercedes Bustamante afirmou que o protagonismo do Brasil na questão do desenvolvimento sustentável se dá pela biodiversidade que tem, uma vez que possui 42 mil espécies vegetais e 9 mil espécies de animais vertebrados, além de 129 mil espécies de invertebrados conhecidos, embora a lista de ameaças tenha 1.173 animais e 2.118 plantas.

Além disso, tem uma diversidade cultural importante, com 5 milhões de brasileiros que pertencem a comunidades tradicionais, como indígenas, quilombolas, caiçaras e ribeirinhos, que dependem da natureza no seu modo de vida e trazem um rico conhecimento de práticas agroecológicas e medicinais. Essa população ocupa um quarto do território nacional.

Na questão econômica, o levantamento destaca que a biodiversidade do Brasil permite a exportação de 350 produtos agrícolas. E relembra que 70% do consumo de alimentos pela população brasileira vêm da agricultura familiar e dois terços da energia elétrica consumidas no país são produzidas em usinas hidrelétricas que dependem da integridade do ecossistema. O Brasil é o terceiro maior exportador de produtos da silvicultura, com 3,64% da produção mundial.  

“Vivemos uma crise sistêmica global, expressa por vários atores, como a pressão demográfica, a escassez de recursos, as mudanças nos padrões de consumo, o que é chamado de tempestade perfeita de crises simultâneas”, afirmou.

Para a professora, há urgência nas escolhas para garantir um futuro sustentável. "Para isso, é preciso incorporar a biodiversidade e serviços ecossistêmicos às políticas de desenvolvimento do país, promover o cumprimento das leis, inovar no desenho de políticas que integrem componentes sociais, econômicos e ambientais e reconhecer o papel da ciência como elemento-chave na tomada de decisão”.

 

Mais Notícias de Brasil e Mundo
Divulgação
19/04/2024  20h32 Divulgados locais de prova do concurso do Banco do Nordeste; confira
Avaliações serão aplicadas no dia 28 de abril
Marcos Rodrigues/Agência Sergipe
19/04/2024  14h06 Rodovias federais terão pontos de descanso para motoristas
Instalações com infraestrutura nas rodovias serão obrigatórias a partir de 2025
Divulgação
19/04/2024  07h18 Governo prepara proposta para tentar encerrar greves em universidades
Servidores de universidades e institutos federais estão em greve em vários Estados
Reprodução
18/04/2024  15h58 Justiça mantém prisão de mulher que levou o cadáver do tio ao banco
Érika de Souza Vieira Nunes foi presa, suspeita de tentar sacar um empréstimo
Reprodução Metrópoles
18/04/2024  10h12 Laudo do IML indica que homem levado à agência no RJ estava desnutrido
Peritos aguardam resultado de exame toxicológico, mas laudo já indica causa da morte

F5 News Copyright © 2010-2024 F5 News - Sergipe Atualizado