Selic atinge mínima histórica, mas efeito no crédito demora | Marcio Rocha | F5 News - Sergipe Atualizado

Selic atinge mínima histórica, mas efeito no crédito demora
Blogs e Colunas | Marcio Rocha 11/12/2017 11h26

A taxa Selic atingiu ontem a sua mínima histórica, mas os juros médios cobrados pelos bancos seguem distantes dos níveis mais baixos registrados. O Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu cortar o juro básico em 0,5 ponto percentual, para 7% ao ano, em decisão unânime e esperada pelo mercado. Foi a décima redução seguida. O Copom sinalizou ainda que haverá um novo corte, em ritmo menor, em fevereiro, mas que ele está atrelado à continuidade das reformas, em especial a da Previdência. Apesar da queda histórica, os juros cobrados pelos bancos não caem com a mesma velocidade e proporção.

 

Alta do calote

Para explicar a diferença, os bancos usam como principal argumento a alta do calote em decorrência da recessão. Isso tem sido válido para as empresas, mas não para os empréstimos pessoais. Em outubro, dado mais recente do Banco Central, a taxa média no crédito pessoal (excluído o consignado) estava em 132% ao ano para uma inadimplência de 8%. Chama a atenção que, no piso, em novembro de 2012 – quando a Selic ia ao menor nível até então, de 7,25% ao ano –, o juro no pessoal estava em 66,3% e a inadimplência era até um pouco maior, de 8,8%.

 

Aumento nos endividados no Brasil

CNC: endividamento das famílias cresceu pelo quinto mês

A Confederação Nacional do Comércio (CNC) captou a quinta alta consecutiva do porcentual de famílias endividadas, de 62,2%, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) relativa ao mês de novembro. Em comparação a outubro, houve alta de 0,4 ponto porcentual. Em outubro, a taxa foi de 59,6%. Apesar de ter registrado mais famílias endividadas, a proporção das que possuem contas em atraso diminuiu, atingindo 25,8% do total ante 26% em outubro. Essa é a segunda queda mensal consecutiva, após o indicador ter alcançado o maior patamar do ano em setembro (26,5%). Comparado a novembro de 2016, no entanto, houve alta de 1,4 ponto porcentual.

 

Desemprego complica endividamento

A proporção de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes ficou estável em 10,1% entre outubro e novembro, mas apresentou alta em relação aos 9,5% de novembro de 2016. "A taxa de desemprego ainda bastante alta ajuda a explicar a dificuldade das famílias em pagar suas contas em dia e o pessimismo elevado em relação à capacidade de pagamento", afirma Marianne Hanson, economista da CNC.

 

Aracaju tem o menor índice de endividamento do ano

A pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), mostrou que o nível de endividamento das famílias aracajuanas apresentou a menor taxa este ano (56,5%). Em novembro do ano passado a taxa estava em 65,0%. Os números foram apresentados pela Fecomércio nesta semana.

 

Famílias

 O número de famílias endividadas também diminuiu em Aracaju. Em novembro deste ano 109.884 mil famílias estavam endividadas, 49.005 famílias tinham contas atrasadas e 33.924 não tiveram condições de pagar as dívidas atrasadas. Os dados da pesquisa de novembro/2017 foram coletados nos últimos dez dias do mês de outubro/2017.

 

Principais dívidas

Entre as principais modalidades de dívidas, o cartão de crédito lidera, com 90,3% do total das famílias mencionando esse tipo de dívida como principal, seguida de crédito pessoal (19%). Para as famílias com rendimento de até 10 salários mínimos (s.m), 91,7% mencionaram que suas dívidas são com cartão de crédito, já para as famílias com remuneração acima de 10 s.m esse percentual foi de 75,7%. Em se tratando de dívidas com crédito pessoal, para as famílias com remuneração de até 10 s.m, cerca de 18,8% declararam essa modalidade de dívida, já para as famílias com remuneração acima de 10 s.m, 21,6% mencionaram possuir esse tipo de dívida.

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Marcio Rocha é jornalista formado pela UNIT, radialista formado pela UFS e economista formado pela Estácio, especialista em jornalismo econômico e empresarial, especialista em Empreendedorismo pela Universitat de Barcelona, MBA em Assessoria Executiva pela Uninter, com experiência de 23 anos na comunicação sergipana, em rádio, impresso, televisão, online e assessoria de imprensa.

E-mail: jornalistamarciorocha@live.com

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