A greve dos caminhoneiros foi um movimento justo que caiu na politicagem? | Marcio Rocha | F5 News - Sergipe Atualizado

A greve dos caminhoneiros foi um movimento justo que caiu na politicagem?
Blogs e Colunas | Marcio Rocha 05/06/2018 20h16

Reivindicar a baixa do preço do óleo diesel, que está na estratosfera, buscar mais garantias de sobrevivência enquanto trabalhadores, na sua maioria autônomos, e fazer com que a população atente para o problema do custo operacional de transporte que leva os produtos a chegarem com preços acima do competitivo foi a base da paralisação que trancou o país literalmente. Nunca se viu um movimento desses anteriormente. Não apenas no sentido de mobilização, mas nos prejuízos decorrentes de suas ações.

O Brasil parou, Sergipe também. A greve dos caminhoneiros mostrou várias fragilidades do sistema econômico nacional e das vidas das pessoas em seu cotidiano. A falta de combustível foi o problema mais grave, considerando que sem gasolina, etanol e diesel, a vida das pessoas para por não ter como ir e vir. Entretanto, mostrou a maior fragilidade de nossa economia. O falho e ineficiente sistema de transportes. Depender quase que exclusivamente de rodovias faz o Brasil ser um país muito integrado, mesmo com a péssima qualidade de nossas estradas (BR-101 Norte, né?), é anacrônico e impõe danos severos à indústria, ao comércio, aos serviços, às pessoas. Tudo parou e o brasileiro ficou sem abastecimento no varejo, o que elevou preços para a estratosfera de coisas simples, como batata, tomate e até mesmo alface. Se o país tivesse um transporte ferroviário consistente e abrangente, os danos seriam minimizados.

O Governo Federal demorou a atender os representantes de classe dos estradeiros, que não tiveram suas exigências atendidas de pronto. Isso agravou ainda mais o clima acirrado entre poder público e trabalhadores. A manifestação foi justa desde o início e também poderia ter sido resolvida muito rapidamente. Contudo, em tempos de TV com sinal digital, o governo poderia ter sido desligado em 30 de maio, junto com o sinal analógico no qual seus representantes operam.

Primeiro, montou um plano de concessões sem ouvir todos os representantes da categoria. Depois tentou usar da força com o apelo às forças armadas. 33 anos após o fim de uma ditadura que deixou o país com uma triste memória, quase que o exército iria ter que agir contra trabalhadores. A fraqueza do governo ficou cada vez mais evidente, quando convocava reuniões para discutir o tema, mas não chegavam com propostas que agradassem à classe. O tiro no pé foi justamente a demora, foi atuar em modo analógico. Os digitais dos partidos de esquerda, direita, centro, centro móvel e defensores da intervenção militar se infiltraram nos locais de paralisação e começaram a tomar conta do movimento. Se não houvessem agressões, o caminhoneiro assassinado com uma pedrada quando estava em um ato em Rondônia. Um homem de 70 anos teve sua vida ceifada. Acabou ali toda a causa do movimento. O movimento de trabalhadores matou um trabalhador.

Quem perdeu com isso? Perdeu a população, que ficou com problemas sérios de abastecimento, pois não tinha onde comprar sequer combustível e encontrou dificuldades para comprar alimentos. Perdeu o comércio, que ficou sem ter produtos para atender as necessidades das pessoas. Perdeu todo o ciclo produtivo, que sofreu grandes impactos, parou a roda da economia e deixou Sergipe com um prejuízo de cerca de 70 milhões de reais sem movimentação no comércio. Os resultados da greve serão menos vendas no comércio, menos receita circulante e menos oportunidades de negócio. No fim das contas, o que feneceu durante o período foi a economia, pois esses recursos significam emprego e renda para nosso povo.Reivindicar a baixa do preço do óleo diesel, que está na estratosfera, buscar mais garantias de sobrevivência enquanto trabalhadores, na sua maioria autônomos, e fazer com que a população atente para o problema do custo operacional de transporte que leva os produtos a chegarem com preços acima do competitivo foi a base da paralisação que trancou o país literalmente. Nunca se viu um movimento desses anteriormente. Não apenas no sentido de mobilização, mas nos prejuízos decorrentes de suas ações.

O Brasil parou, Sergipe também. A greve dos caminhoneiros mostrou várias fragilidades do sistema econômico nacional e das vidas das pessoas em seu cotidiano. A falta de combustível foi o problema mais grave, considerando que sem gasolina, etanol e diesel, a vida das pessoas para por não ter como ir e vir. Entretanto, mostrou a maior fragilidade de nossa economia. O falho e ineficiente sistema de transportes. Depender quase que exclusivamente de rodovias faz o Brasil ser um país muito integrado, mesmo com a péssima qualidade de nossas estradas (BR-101 Norte, né?), é anacrônico e impõe danos severos à indústria, ao comércio, aos serviços, às pessoas. Tudo parou e o brasileiro ficou sem abastecimento no varejo, o que elevou preços para a estratosfera de coisas simples, como batata, tomate e até mesmo alface. Se o país tivesse um transporte ferroviário consistente e abrangente, os danos seriam minimizados.

O Governo Federal demorou a atender os representantes de classe dos estradeiros, que não tiveram suas exigências atendidas de pronto. Isso agravou ainda mais o clima acirrado entre poder público e trabalhadores. A manifestação foi justa desde o início e também poderia ter sido resolvida muito rapidamente. Contudo, em tempos de TV com sinal digital, o governo poderia ter sido desligado em 30 de maio, junto com o sinal analógico no qual seus representantes operam.

Primeiro, montou um plano de concessões sem ouvir todos os representantes da categoria. Depois tentou usar da força com o apelo às forças armadas. 33 anos após o fim de uma ditadura que deixou o país com uma triste memória, quase que o exército iria ter que agir contra trabalhadores. A fraqueza do governo ficou cada vez mais evidente, quando convocava reuniões para discutir o tema, mas não chegavam com propostas que agradassem à classe. O tiro no pé foi justamente a demora, foi atuar em modo analógico. Os digitais dos partidos de esquerda, direita, centro, centro móvel e defensores da intervenção militar se infiltraram nos locais de paralisação e começaram a tomar conta do movimento. Se não houvessem agressões, o caminhoneiro assassinado com uma pedrada quando estava em um ato em Rondônia. Um homem de 70 anos teve sua vida ceifada. Acabou ali toda a causa do movimento. O movimento de trabalhadores matou um trabalhador.

Quem perdeu com isso? Perdeu a população, que ficou com problemas sérios de abastecimento, pois não tinha onde comprar sequer combustível e encontrou dificuldades para comprar alimentos. Perdeu o comércio, que ficou sem ter produtos para atender as necessidades das pessoas. Perdeu todo o ciclo produtivo, que sofreu grandes impactos, parou a roda da economia e deixou Sergipe com um prejuízo de cerca de 70 milhões de reais sem movimentação no comércio. Os resultados da greve serão menos vendas no comércio, menos receita circulante e menos oportunidades de negócio. No fim das contas, o que feneceu durante o período foi a economia, pois esses recursos significam emprego e renda para nosso povo.

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Marcio Rocha é jornalista formado pela UNIT, radialista formado pela UFS e economista formado pela Estácio, especialista em jornalismo econômico e empresarial, especialista em Empreendedorismo pela Universitat de Barcelona, MBA em Assessoria Executiva pela Uninter, com experiência de 23 anos na comunicação sergipana, em rádio, impresso, televisão, online e assessoria de imprensa.

E-mail: jornalistamarciorocha@live.com

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