“Perdemos a capacidade de dar bons exemplos. Você escuta que o político é sacana, ladrão” | Joedson Telles | F5 News - Sergipe Atualizado

“Perdemos a capacidade de dar bons exemplos. Você escuta que o político é sacana, ladrão”
Blogs e Colunas | Joedson Telles 14/10/2018 06h18

Aos 70 anos, o ex-vice-prefeito de Aracaju, José Carlos Machado, faz, um alerta não apenas aos políticos eleitos para o Poder Legislativo, mas, sobretudo, aos dois candidatos ao Governo do Estado que disputam o segundo turno: não se prendam a picuinhas e medidas populistas e eleitoreiras porque isso não resolve os graves problemas de Sergipe. “Tenham como fundamental a situação fiscal do Estado, o Canal de Xingó, a salvação do Rio São Francisco, a conclusão das obras da BR 101 e o início das obras de duplicação da BR 235, o Aeroporto de Aracaju. Importante é tudo. Isso aí é o fundamental. Na hora de colocar as emendas impositivas pensem, sobretudo, naquilo que é fundamental para Sergipe”, diz Machado, lamentando a imagem que os políticos construíram deles mesmo. “Qual o conceito que o público tem do político quando nós perdemos a capacidade de dar bons exemplos? Você escuta que o político é sacana, ladrão e não fazemos nada para mudar isso. Explicam isso com uma frase que está na Bíblia: ‘a carne é fraca’”. A entrevista:

Por que José Carlos Machado não colocou a candidatura na rua?

Eu tinha intenção de ser candidato a deputado federal. Não registrei minha candidatura própria por razão de ordem pessoal e de ordem política. Eu vou tentar enumerar as razões de ordem política. Eu estava filiado ao PSDB. Recebi um convite de Clóvis Silveira para ingressar no PPS. Ele me convenceu, mostrando um quadro que, se tornasse realidade, seria bom pra mim. De posse desses conhecimentos, tive uma conversa com Eduardo Amorim, presidente do PSDB. Eu disse a Amorim que tinha recebido um convite de Clóvis e que minha ida para o PPS poderia ser uma forma de facilitar o apoio do PPS ao projeto do PSDB. Conversei com André Moura também e fui pra lá depois dessas conversas. Tínhamos planejado uma aliança com o Avante, que apresentaria as candidatas de Daniela Fortes e de Valdir, além de uma aliança com o Patriota, que apresentaria a candidatura de Emília Corrêa. Diante desse quadro, estava mais do que claro pra mim que a aliança elegeria um deputado federal. Trabalhamos para que isso que foi planejado acontecesse. Recebi a garantia que isso iria acontecer de todas as lideranças envolvidas. Só que não aconteceu nada. O Patriota e o Avante tomaram outros caminhos. Consciente da inviabilidade da minha candidatura, eu pensei que aos 70 anos não poderia correr riscos desnecessários. Comuniquei ao presidente do partido que eu estava desistindo da candidatura. Aconteceu a convenção do partido e houve um mal entendido entre o partido, André Moura e Eduardo Amorim. Aconteceu isso até a sexta-feira feira que antecedia o sábado fatídico, que era o último dia para encaminhamento das atas das convenções, mas se resolveu. Numa reunião, na quinta-feira, se resolveu que o PPS apoiaria a candidatura de Eduardo Amorim e de André Moura ao Senado e indicaria o primeiro suplente de André. Recebi um apelo de uma das lideranças que minha participação no processo seria importante e que Clóvis estaria disposto a reconsiderar a posição e abrir mão da primeira suplência. Mas na hora de fechamento das atas acharam que era muito risco porque a ata de convenção do PPS tinha algumas incorreções e isso poderia prejudicar a candidatura de André Moura. Eu não participei dessas discussões. Alguns membros da coligação detectaram erros na ata, Clóvis concordou para acabar a discussão, embora tenha entendido que não reconhece os equívocos alegados pelos demais na ata do PPS. O fato é que aconteceu tudo isso. Foram esses acontecimentos políticos que me deixaram fora do pleito. A inviabilidade da minha eleição por conta do caminho diferente do que foi planejado do Avante e do Patriota.

Ficou mágoa, ressentimentos?

Isso não me deixa mágoa nenhuma. Política se faz com a realidade. Mas conclui que alguns valores e práticas, que eu abracei no passado, tinham perdido a vigência. A coisa mudou muito. O coletivo deu lugar ao individualismo. Amizade deixou de existir e começou a predominar os interesses acima de tudo. Fiquei assustado no convívio. Não que eu condene nada disso. O tempo evolui. A realidade hoje é outra. Se considera, se respeita... Eu não conversei com ninguém para dizer que não votava. Voto, mas vamos ter que conversar e ouvir o que os líderes pensam. Tudo isso foi me desestimulando e eu fiquei fora do processo, mas assustado com as novas práticas. O que prevalecia eram as conveniências do momento. Eu posso estar enganado, mas a percepção que eu tive foi que a palavra gratidão desapareceu. Tem políticos que sabem ser gratos. É difícil avaliar isso.

Isso pode também explicar a derrota de André?

A derrota de André quem tem que analisar é sua equipe. É que estava ao seu lado, principalmente durante a campanha. As redes sociais e as pesquisas deixavam transparecer que André estava praticamente eleito. Se não fosse o primeiro mais citado seria o segundo. Acontece uma coisa totalmente diferente do que a imprensa dizia e do que os encarregados de sua mídia também afirmavam. O resultado não foi o que se esperava e nem o que as pesquisas apontavam.

As ruas, durante a campanha, espelhavam mais o resultado da eleição ou das pesquisas?

Eu não fiz campanha para ninguém. A candidata que eu tentei ajudar e, lamentavelmente, a coisa aconteceu muito tarde foi Ana Alves. Só tive em um evento da candidatura dela, mas conversei com alguns amigos por telefone. Foi um período de 15 dias. Campanha é muito difícil, principalmente nos dias de hoje. Qual o conceito que o público tem do político quando nós perdemos a capacidade de dar bons exemplos? Você que se envolve no jornalismo político tem notícia de uma boa ação de um político? Se acontece, não publicam. Às vezes porque nem sabe. A boa ação de um político é uma coisa tão rara que a imprensa esquece até que pode acontecer. Você escuta que o político é sacana, ladrão e não fazemos nada para mudar isso. É difícil o exercício de um mandato. Estamos vivendo outra realidade. Um Ministério Público atuante. Uma Justiça de olhos abertos. Os exemplos estimulam o MP, o Poder Judiciário a agir, sobretudo contra os políticos. Falando até da politização do Judiciário e a judicializacão dos Poderes Legislativos. Uma Constituição que é talvez a única do mundo que assegura privilégios. É difícil acabar com isso porque entre os benefícios constitucionalizados, alguns estão favoráveis à classe política que tem a responsabilidade de mudar a Constituição ou não. Explicam isso com uma frase que está na Bíblia “A carne é fraca”. Nós políticos, especificamente o Congresso Nacional, num país com um déficit de quase R$ 150 bilhões, tiraram desse orçamento deficitário R$ 1,7 bilhão pra financiar campanha. Esperavam que com isso todos os candidatos se reelegessem. Não aconteceu, mas gastaram o dinheiro. Vão ter agora que prestar contas. É uma coisa irracional, imoral, descabido porque, ao tirar esse valor, tirou de investimento na saúde, educação, segurança para políticos fazerem campanha. Teve candidato a deputado federal em Sergipe que recebeu R$ 2 milhões. Essa distribuição é de acordo com as preferências de quem distribui. R$1,7 dá pra fazer 30 mil casas populares. Casas que recentemente foram inauguradas em Estância e Tobias Barreto. Em Simão Dias tem menos de 30 mil domicílios. O povo enxerga essas coisas. Em Sergipe, a votação que surpreendeu foi a do delegado. Até quatro dias antes das eleições, ninguém esperava essa eleição dele. Ganhou de todos. Rogério Carvalho também poderia ser o terceiro ou quarto, segundo as pesquisas. Outra que me surpreendeu foi Emília Corrêa. Teve mais votos do que muitos. Eu disse a ela que ela ganharia e eleição para deputada em qualquer coligação. Se ela tivesse em qualquer outra coligação, a não ser a que ela estava, teria sido eleita. Até com o PSL. Outra surpresa foi o Luizão de Itabaiana, que teve quase 35 mil votos, desbancando os candidatos do prefeito Valmir de Francisquinho e dos deputados Luciano Bispo e Maria Mendonça. Emília Corrêa e Luizão teriam feito um deputado federal. Do lado negativo, tivemos a votação inexpressiva de André Moura e Valadares, principalmente em Aracaju. Outra foi de Adelson Barreto. O que eu ouvia das conversas era que Adelson seria eleito com 80 a 100 mil votos. Teve menos de 30 mil. Outra que surpreendeu de forma negativa foi a de Sukita. Disputou sob judice, mas Luizão também disputou sob judice. Não há explicações para isso. O eleitor olha para aquele candidato e simpatiza, outro também simpatiza e vai formando aquela coisa de água de ladeira a baixo e fogo de ladeira a cima e vai formando aquela coisa que ninguém segura.

Agora, a votação que obteve Alessandro Vieira lhe dá uma responsabilidade maior...

Claro. Politicamente era desconhecido. Ele não era um homem de convívio com a classe política. Era um delegado no exercício de uma função pública importante, fez um bom trabalho, acontece aquele entrevero com o governador e, a partir daí, ele se lança na política dizendo que ocupava um cargo que tinha como principal missão fiscalizar e foi exonerado. Discurso preciso, honesto, verdadeiro conquistou o eleitorado. Entrar na política é fácil. O difícil é se manter. Mas ele tem todas as condições de fazer um bom mandato. Ele tem que se debruçar sobre os problemas de Sergipe e ter consciência de saber distinguir o importante do fundamental. Ninguém consegue resolver todos os problemas de Sergipe. Ele como senador vai ter um papel estratégico nessas decisões.

Pesquisa é caso de polícia?

Há duas coisas que surgiram, de um tempo pra cá, na política a custo elevado: os marqueteiros e as pesquisas. Os marqueteiros, a Lava Jato conseguiu acabar. Os grandes marqueteiros, que trabalhavam a custos elevadíssimos, desapareceram ou estão inibidos. Esses institutos de pesquisa erram demais. Podemos evoluir para uma investigação e depois de concluída as investigações, se há má fé, se determina que pesquisa só será feita para consumo interno. Tem a questão do voto útil na cabeça do eleitorado. Eu tenho um amigo de Alagoas que fomos colegas deputados. Eu ouvi um vídeo dele, que está sendo absolutamente verdadeiro. Pelos números recentes, a eleição de presidente da República está definida. O Bolsonaro teve 48 milhões de votos. Haddad teve 30 milhões. Se você acrescentar todos os votos da esquerda aos de Haddad ele chega aos 45 milhões. Esses 15 dias de campanha é perda de tempo e de dinheiro. O futuro presidente da República chama-se Bolsonaro. A questão é matemática. Haddad teria que conquistar 1 milhão de votos por dia para tirar a diferença.

O Bolsonaro obter tantos votos deve-se, sobretudo, à rejeição ao PT?

Não é só rejeição ao PT. No mundo todo está havendo um crescimento de direita. Geraldo Alckmin não se definiu candidato de direita. Amoêdo também não. Temos uma particularidade no Brasil que não existe partido de direita. O de extrema direita e direita hoje que o Bolsonaro representa antes se dizia de centro. Eu não sei se é a ascensão de partidos de direita no mundo, principalmente em países da Europa, que estimulou Bolsonaro. Ele sempre foi político de direita, mas esse sentimento a população abraçou. Ele disse que tem que moralizar o país, que tem que ser mais justo. Aí coloca um vice que, às vezes, fala besteira, mas não posso condená-lo se são convicções dele e ele expõe de forma honesta. Falaram que eram contra o décimo terceiro salário. Não tem como acabar. Essas conquistas do trabalhador são coisas que é difícil de serem anuladas. Deveriam falar o que Bolsonaro tem como proposta para resolver o desemprego.

Os candidatos a governador de Sergipe discutiram todos os temas importantes?

Não teve nenhum candidato em Sergipe para tratar do desemprego de forma competente. Mostrar as alternativas. São 170 mil sergipanos. A eleição é isso. Surpresas agradáveis e desagradáveis, mas me cabe como político discutir o que afeta Sergipe, quais os problemas mais graves. Sergipe tem alguns problemas que eu esperava que discutissem, mas essas questões foram esquecidas. Ninguém falou sobre a morte do Rio São Francisco. O único patrimônio que Sergipe tem, hoje, é o rio. A morte do rio significa quase que a morte de Sergipe. Compete aos nossos parlamentares levantar essa questão na Câmara e no Senado com competência. Revitalizar o rio? Como? Fazendo esgotamento sanitário das cidades ribeirinhas? Isso não vai resolver. Melhora. Precisamos de um compromisso do futuro presidente da República com o aumento da vazão do rio. Aumentar a vazão significa transpor águas do Rio Tocantins. Esse projeto de viabilidade João Alves já deixou encaminhado. O Governo Federal tem conhecimento. Pode surgir no próximo governo privatizar a Chesf. Agora colocar no projeto de privatizações que o sucessor da Chesf, ao pagar os impostos por conta da geração de energia ao longo do rio, uma parte seja destinada a um fundo que vai ser administrado pela iniciativa privada e pelo governo para cuidar da salvação do rio. Você viu algum candidato dizer que era seu compromisso a duplicação da BR 101? Isso é um assunto importante. Congressistas abram os olhos para isso porque o poder de vocês agora é muito grande. A bancada de Sergipe terá condições de colocar no orçamento, de forma impositiva, duas emendas que podem chegar a R$ 600 milhões. A BR 101 é uma falta de vergonha. Quando essa obra começou Albano era governador no primeiro mandato. Há trechos concluídos que já precisam de restauração. Se há dinheiro só para um, cuide-se de um. Quando terminar cuida do outro. Mas começa um trecho de Pedra Branca a Maruim, de Maruim a Capela, de Capela à fronteira e não termina nenhum. Promete começar de Estância até a fronteira com a Bahia, mas nada acontece. Então, senhores congressistas, futuro governador, cuidem disso. Duplicar a BR 235, que liga Aracaju a Itabaiana. Se não duplicar não vai andar, principalmente agora que o governo entrega a ligação entre Carira e Juazeiro, na Bahia. O trânsito, hoje, que é de 14 mil veículos por dia vai passar para 20. Os políticos passavam na BR 235 diariamente em campanha. Mas trataram disso superficialmente. Outra obra prometida é a reforma do Aeroporto de Aracaju. Está parecendo aeroporto de quinta categoria. O Jacaré Curituba é um projeto de uma importância extraordinária. Começou também no primeiro governo de Albano. O Governo Federal assumiu e depois passou para o Estado. Hoje ninguém sabe se é a Codevasf, se é o Ministério do Desenvolvimento Agrário. É uma vergonha. Uma falta de respeito com os sergipanos. Tive uma conversa com o jornalista Luiz Eduardo Costa, que também tem uma preocupação grande com isso.   Foi ver em Itabaiana. Tem a mesma dimensão com 600 pequenos proprietários responsáveis pelo projeto. Funcionando a contento, a exemplo do que acontece em Itabaiana, o projeto Ribeira, poderia gerar 8 mil empregos. Itabaiana gera 10 mil empregos. Injeta R$ 200 milhões por ano. Não se conclui o projeto porque diz que não tem R$ 15 milhões. O que falta ao governador e aos próximos parlamentares sergipanos é isso. Saber distinguir o importante do fundamental. Vieram milhões para Sergipe, mérito do deputado André Moura. Alguém poderia ter alertado se tem dinheiro para isso ou aquilo buscar uma decisão definitiva e concluir as obras do Jacaré Curituba. O Canal de Xingó talvez seja o projeto mais importante, que vai nos dar uma garantia. Quem prometeu o Canal de Xingó foi Lula, em 2003. Naquele tempo, chamado Canal Dois Irmãos. O sertão de Alagoas está quase pronto. O nosso nem começou. Eu estava em uma reunião na Associação dos Engenheiros Agrônomos e disseram que as obras começavam esse ano. Nem começou e nem vai começar. Tenham como fundamental o Canal de Xingó, a salvação do Rio São Francisco, a conclusão das obras da BR 101 e o início das obras de duplicação da BR 235, o Aeroporto de Aracaju. Importante é tudo. Isso aí é o fundamental. Na hora de colocar as emendas impositivas pensem, sobretudo, naquilo que é fundamental para Sergipe. Não se prendam a picuinhas, a medidas populistas e eleitoreiras porque isso não resolve nossos graves problemas. É bom, fácil e simpático tomar medidas que nos coloquem bem diante da população, mas temos que pensar naquilo que é fundamental.

Nesse fundamental também entraria a previdência?

Esse assunto é tão grave quanto essas questões que acabei de citar. A situação fiscal do Estado. Os candidatos deveriam se debruçar mais sobre isso, e terem sido mais verdadeiros sobre o que pensam numa forma de resolver a questão. O déficit da previdência representa hoje em torno de 15% da receita líquida. É quase o que o Estado gasta com a saúde. Isso se resolve a médio e longo prazo. A previdência está totalmente descapitalizada porque, do fundo capitalizado, pegaram os recursos e utilizaram para pagar a folha. Só resolve esse déficit se a receita do Estado crescer mais do que a despesa. Eu vi uma entrevista de Gama, quando ele era o responsável pela pasta da administração, na qual ele disse que, a cada ano, pelo anos, dois mil servidores pedem aposentadoria. A previsão que eu faço é que, pelo menos durante os próximos 10 anos, ele cresça de 3% a 4% em cima do crescimento da receita. Se hoje o déficit é de 15%, ou se toma medidas enérgicas, ou se apóia a reforma da previdência anunciada pelo governo, que eu não sei se é essa ou outra, ou esse déficit daqui a 10anos pode chegar a 20%. Sergipe vai ser inviável. O governador Belivaldo deu sorte. A receita de setembro deste ano, comparada com a receita de setembro de 2017, cresceu mais de R$ 100 milhões. Isso permitiu ele pagar a folha dos inativos, pensionistas as e aposentados dentro do que estava previsto. A partir de janeiro, o que vai acontecer? Esse é o maior desafio para qualquer governador. Sentar com sua equipe econômica e conversar a realidade. Se o cara tem direito a se aposentar e tem privilégios garantidos pela Constituição, não vai abrir mão. A única Constituição do mundo que tem privilégios constitucionalizados é a brasileira. Precisa mudar, mas não é fácil. Essa incorporação de cargo de comissão ao salário e aposentadoria. O Poder Executivo acabou, mas os outros poderes não acabaram ainda. No passado foi pior. Se você ocupava um cargo de comissão durante seis meses já era incorporado na aposentadoria. Quando o privilégio está na lei é fácil de acabar. Mas quando está na Constituição não. É preciso um quórum qualificado, depende de alterar a Constituição. É muito difícil. Vamos ver se o Congresso Nacional, contando com a ajuda dos nossos, se sente e pense sobre tudo. Quem toca esse país é o serviço público federal, estadual e municipal, mas em todos os três níveis não prevalece a lógica. Prevalece o irracional. Como vai dar certo? Tudo que é público é caro. Não tem sentido um remédio custar R$ 2 e faltar em um hospital público para atender à população. Eu não posso disponibilizar num posto de saúde medicamentos que custam R$ 5 mil porque o município não tem capacidade para isso, mas deixar faltar um analgésico que custa R$ 1? É muita desorganização. O Ferreira Costa lida com mais de 15 mil produtos e não falta nenhum.

Qual o futuro político de Machado?

Eu continuo participando das discussões como membro do grupo Universo (no whatsapp), lendo e ouvindo. (risos)

Pensa, por exemplo, em disputar a Prefeitura de Itabaiana, em 2020?

Eu sou eleitor de Aracaju. Eu tenho uma verdadeira paixão por Itabaiana. Mas com o compromisso que João Alves tinha de, em 2014, deixar a Prefeitura de Aracaju para se candidatar ao Governo do Estado, eu assumiria a Prefeitura de Aracaju e abandonei um pouco a política que eu fazia no interior, principalmente nos municípios de Itabaiana e Carira, que foram sempre responsáveis por boa parte da minha votação. Agora, vou ter tempo para retomar o contato e meus negócios estão lá. Vou ver o que aconteceu. Atento eu vou estar e, graças a Deus, o exercício da cidadania me permite dizer ao futuro governador e aos parlamentares que aprendam a distinguir o importante do fundamental. Com quem eu não sei, mas se for comigo estarei à disposição. Temos que priorizar aquilo que é fundamental. Só se resolve problema com recurso. Na hora eu tenho que saber onde aplicar.

Continuará no PPS?

Vou pensar também. Tenho até abril de 2020 para pensar nisso, se quiser uma candidatura. Agora, vou analisar com cuidado as propostas do governador eleito e me colocar à disposição dos amigos. Eu coordenei uma bancada no Congresso durante seis anos e naquele tempo não se tinha os direitos que se tem hoje. Esse fato de a bancada apresentar duas medidas impositivas, se chegar a R$ 500 milhões por ano, durante quatro anos, são dois milhões, que ajuda na solução de grande parte dos problemas de Sergipe. 

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