Gilmar precisa de habilidade para construir candidatura, entende André Moura | Joedson Telles | F5 News - Sergipe Atualizado

Gilmar precisa de habilidade para construir candidatura, entende André Moura
Blogs e Colunas | Joedson Telles 12/02/2019 19h53

O ex-deputado federal André Moura (PSC) afirmou, nesta terça-feira, dia 12, que o deputado estadual Gilmar Carvalho (PSC) já colocou que quer disputar a Prefeitura de Aracaju e tem andado nos bairros, nas feiras livres e conversado com as pessoas. O próximo passo, porém, é dispor de habilidade para e construir a candidatura dentro do agrupamento. André também comenta a possibilidade de aliança com o prefeito Edvaldo Nogueira (PC do B), as pretensões do deputado Samuel Barreto (PSC) para o próximo pleito e detalha qual o perfil esperado para o agrupamento que lidera. "Queremos um arranjo político envolvendo pessoas sérias e comprometidas com as metas e planos do grupo, que nos permita fortalecer e reconstruir a oposição, que foi derrotada, no ano passado, não pelo ajuntamento governista e seus aliados, mas pelo projeto meramente pessoal de quem se dizia oposição e não cumpriu com a palavra, e deu no que deu: mais uma vez, quem ficou unido, venceu", disse referindo-se ao senador Antônio Carlos Valadares (PSB).

É certo que o PSC Nacional quer ter candidatos a prefeitos, pelo menos nas capitais, mas pela dinâmica da política, não parece cedo para definições? Não pode haver a construção de uma aliança, por exemplo, com o prefeito Edvaldo Nogueira, se este for o melhor caminho?

A orientação da Executiva Nacional do PSC é por candidaturas próprias no maior número de localidades possível, principalmente as grandes cidades e capitais. Temos bons nomes que se colocam à disposição para candidaturas a prefeito em vários municípios, inclusive Aracaju. Essa é, por ora, a nossa prioridade: trabalhar para fortalecer candidaturas próprias do PSC. Quanto ao prefeito Edvaldo Nogueira, pública ou reservadamente, eu jamais ventilei a possibilidade de qualquer tipo de compromisso político com ele. Todo meu entendimento com o prefeito, desde o ano de 2017, foi apenas administrativo, voltado aos interesses dos aracajuanos, que agora recebem os benefícios na forma de inúmeras obras por toda a cidade, realizadas com recursos assegurados por mim, cujo montante ultrapassa mais de R$ 300 milhões. Nunca fiz entendimento para Edvaldo Nogueira apoiar a minha candidatura ao Senado (em 2018) e também nunca discutimos as eleições de 2020. Nossa prioridade, repito, por orientação da Executiva Nacional, é pela candidatura própria. Vamos trabalhar para construir um arco de alianças neste sentido. Mas é lógico que não se deve descarta o diálogo com outros partidos, dialogar na política é salutar, faz parte do processo democrático.

Inclusive, segundo o senhor e o prefeito Edvaldo, em se tratando de beneficiar Aracaju com obras, esta parceria deu certo. Não pode ser estendida?

Seria a mesma pergunta com um viés diferente (risos)! O prefeito Edvaldo Nogueira já disse inúmeras vezes e eu também fiz questão de repetir reiteradas vezes: a nossa parceria foi por Aracaju, com o objetivo de trazer obras e mais qualidade de vida para a população. O relacionamento com o prefeito sempre foi muito respeitoso e também, da mesma forma, dele para mim. Eu assumi o compromisso de ajudar Aracaju, cumpri a minha parte e ele tem tido gestos públicos de reconhecimento e gratidão. Foi uma parceria administrativa que deu certo e até causou – e pelo visto, continua a causar – muita ciumeira (risos). As obras e ações estão ocorrendo em toda a cidade, mas não há nesse trabalho uma parceria política. E a prova maior disso foi que ele não apoiou a minha candidatura ao Senado. Quanto ao futuro, como já disse, nossa prioridade é pela candidatura própria do PSC, sem, no entanto, descartar o diálogo com outras agremiações, se for o caso. Mas tudo conversado internamente, pelo que seja melhor para o grupo e visando os interesses maiores da população. Não se faz política sem ouvir o eleitor.

Quais seriam os pré-requisitos para o PSC abraçar uma candidatura, própria ou de um aliado?

Conforme orientação do partido, a prioridade é uma candidatura própria, mas principalmente se conhecer a realidade da capital, tendo compromisso com os anseios atuais e futuros de Aracaju, sendo responsável com os cidadãos, ser um nome competitivo e com densidade eleitoral. Esses são os pré-requisitos. Acima de tudo, uma candidatura para se firmar precisa de um bom planejamento. Ninguém vai ser candidato sem ter um programa de governo consistente, discutido e debatido com especialistas e com a própria população. Um nome com disposição para trabalhar e conhecimento junto ao Governo Federal. Que saiba transitar e caminhar em Brasília para viabilizar recursos. Lógico que isso tudo se constrói. Você não vai encontrar agora uma pessoa com todos esses pré-requisitos reunidos, daí a importância da somação de forças em um grupo político azeitado, coeso, dinâmico, até porque ninguém é candidato sozinho, ninguém é candidato de si mesmo.

A aliança que for construída para a eleição de 2020, necessariamente, terá que amarrar 2022?

Obviamente, não se faz política pensando só na eleição do momento. Claro que se pensa e se discute também o futuro. Se a gente senta para tratar sobre alianças para 2020, é natural se discutir as eleições seguintes. O planejamento de médio e longo prazos é necessário para garantir a coesão do grupo em torno de metas e de conquistas lá adiante. Quando se construiu o entendimento com o grupo do senador Antônio Carlos Valadares, em 2016, para apoiarmos a candidatura de Valadares Filho a prefeito, selou-se o compromisso de reciprocidade deles às candidaturas majoritárias de André Moura e Eduardo Amorim em 2018. Não fecharíamos o entendimento, em 2016, sem passar também pela eleição de 2018, seria ilógico, e quem disser o contrário falta com a verdade. Quando você tem um agrupamento político com projeto de futuro, como é o nosso caso, com pessoas com pretensões para candidaturas futuras, é natural deixar tudo bem construído. Portanto, nós vamos discutir 2020 discutindo também 2022. É uma questão de planejamento, do futuro do agrupamento, e disso não abriremos mão.


Como evitar surpresas, como a opção feita pelo então senador Valadares, em 2018?

Na política, vale a palavra. Você não faz um entendimento político com termos documentados, assinados e registrados em cartório. Faz na confiança, “no fio do bigode” dos bons homens públicos de caráter e personalidade, que cumprem os compromissos e a palavra dada. Pelo menos é dessa maneira que eu penso, porque foi assim que aprendi a fazer política com meu pai. Ou seja, evitar o que ocorreu em 2018, não tem como. A gente olha nos olhos, apalavra e confia. Daí pra frente, você faz a sua parte, porém o resto independe de você. Em 2018, infelizmente, o compromisso assumido em 2016 não foi cumprido, e reputo a esta quebra de palavra o principal motivo da derrota da oposição para um grupo político rejeitado pela maioria da população. Mas o que passou, passou. Para 2020, a gente torce que a história seja diferente e, neste sentido, esse é outro fator importante para a gente priorizar a candidatura própria: trabalhar com mais certezas que dúvidas. Queremos um arranjo político envolvendo pessoas sérias e comprometidas com as metas e planos do grupo, que nos permita fortalecer e reconstruir a oposição, que foi derrotada no ano passado não pelo ajuntamento governista e seus aliados, mas pelo projeto meramente pessoal de quem se dizia oposição e não cumpriu com a palavra, e deu no que deu: mais uma vez, quem ficou unido, venceu.

O que o senhor tem conversado com o deputado estadual Gilmar Carvalho sobre este projeto dele para a Prefeitura de Aracaju?

Gilmar Carvalho é um nome do partido que tem se colocado à disposição do grupo e declarado publicamente a intenção de disputar a Prefeitura de Aracaju. Já colocou isso muitas vezes, inclusive para mim. O deputado tem andado em Aracaju, nos bairros, nas feiras livres e conversado com as pessoas. O próximo passo é dispor de sua habilidade para e construir a candidatura dentro do nosso agrupamento, dialogando internamente.

E com Samuel Barreto, que também está de olho nas eleições 2020, como têm sido as conversas?

Com o deputado Samuel Barreto, tenho conversado menos. Até agendamos para este final de semana, mas nossas agendas divergiram e não deu. Vamos conversar nos próximos dias. Tenho acompanhado pela imprensa que o Capitão Samuel quer disputar uma prefeitura na Grande Aracaju. O partido está aberto para ouvir, discutir e debater essa possibilidade, se ele permanecer conosco – e essa decisão cabe somente a ele, se vai permanecer ou não no PSC. Como eu já disse, não queremos ninguém forçadamente. Quando ele veio, foi atendendo ao meu convite, pelo grau de amizade que temos e que continuaremos a ter, independente de ele sair ou não. Mas, se a decisão for de permanecer, e ele tiver disposição em disputar uma prefeitura da Grande Aracaju, o partido está à disposição, com muita boa vontade, para discutir a questão, como também está à disposição para discutir com o deputado Gilmar Carvalho.

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Joedson Telles é um jornalista sergipano formado pela Universidade Federal de Sergipe e especializado em política. Exerceu a função de repórter nos jornais Cinform, Correio de Sergipe e Jornal da Cidade. Fundou e edita, há nove anos, o site Universo Político e é colunista político do site F5 News.

E-mail: joedsontelles@gmail.com

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