O jornalista e publicitário Carlos Cauê acaba de dar o primeiro passo para defender a hegemonia do marketing eleitoral dos pleitos sergipanos. Evidente que não há candidatura posta – e nem poderia haver à luz da legislação eleitoral – no tocante às eleições 2020. Todavia, o internauta tem dúvida que o prefeito Edvaldo Nogueira, numa jogada de mestre, tratou de nomear Cauê secretário de Comunicação pensando também (sobretudo?) na sua reeleição?

Evidente que Cauê já provou conhecer a pasta – inclusive quando esteve no Governo do Estado – como poucos. O trabalho dispensa comentários. Porém, o jornalista Luciano Correa, que cedeu o lugar a Cauê, não apenas é um excelente profissional como também fez um ótimo trabalho à frente da comunicação da PMA. Jamais poderia ser - e não foi - tirado do cargo por falta de preparo. É tecnicamente aprovado e tem tanto a confiança do prefeito Edvaldo e é tanto de grupo que aceitou continuar dando a sua importante parcela de contribuição ao município no cargo de adjunto. Luciano preferiu grandeza à vaidade.

O desembarque de Carlos Cauê na Secom explica-se pelo fato de, além de ser tão preparado como Luciano para o cargo, agrega o talento ímpar de publicitário com veia política para, lá na frente, cuidar do marketing eleitoral do pré-candidato Edvaldo Nogueira.

Na Secom e, logo, mais perto de Edvaldo, desde já, Cauê não vai deixar de trabalhar para fazer política. Não é isso. Mas vai não apenas se inteirando mais dos passos do prefeito e auxiliares (de dentro e tomando decisões a história é outra) como também dará a sua cara a comunicação. Digamos que está a plantar sementes cujos frutos serão colhidos no tempo certo.

Cauê, que já é de casa, mais uma vez, larga na frente, ao ser nomeado secretário, neste momento. Quando o adversário, finalmente, entrar na pista, Cauê terá distância considerável e vencê-lo pode estar se desenhando tarefa impossível outra vez.

Estar atenta aos detalhes e reagir em tempo hábil soa um caminho mais inteligente à oposição. Bem mais inteligente do que fazer o previsível, mais uma vez, levar outra sova de dar dó e apelar para aquela historia de “marketing do mal”.