"Ninguém me contrata porque tenho informação. Todos conhecem o meu caráter", diz Chiquinho Ferreira | Joedson Telles | F5 News - Sergipe Atualizado

"Ninguém me contrata porque tenho informação. Todos conhecem o meu caráter", diz Chiquinho Ferreira
Blogs e Colunas | Joedson Telles 15/07/2018 09h00 - Atualizado em 15/07/2018 09h40

Ex-diretor de comunicação do senador Eduardo Amorim, o radialista e publicitário Francisco Ferreira, o Chiquinho, assegura, neste entrevista, que retorna ao governo como um técnico, e não para usar os mais de seis anos ao lado de Eduardo Amorim em prol do projeto Belivaldo Chagas, pré-candidato ao governo.  “O que eu tenho para vender é o meu conhecimento, a minha leitura, o meu profissionalismo. Ninguém me contrata porque tenho informação. Todos conhecem o meu caráter”, observa. Chiquinho diz ainda que tem como missão dar sequência ao trabalho do radialista Givaldo Ricardo na Fundação Aperipê e não confirma a especulação em torno de o ex-prefeito de Socorro, Fábio Henrique, ter trabalhado para derrubá-lo do comando da assessoria de Amorim. “Não tenho nenhuma informação oficial. Ou seja, jamais ouvi isso do senador Eduardo Amorim.” A entrevista:

Surpreendeu-lhe a repercussão do seu retorno governo?

Não. Nenhuma surpresa. Da mesma forma como disse no início do meu discurso de posse, que aconteceu na última sexta-feira, dia 13, que eu estava voltando, portando, não sou um ser estranho. Percebo até que as mesmas pessoas que lá atrás cheguei a coordenar permanecem, com pouquíssimas alterações. A minha carreira de 35 anos também foi cercada de surpresas e emoções. Eu tinha passado por alguns governos antes de receber o convite do saudoso Marcelo Déda, eu que vinha de dois governos opostos, o de João Alves e Albano Franco, por exemplo, e que, na época, de fato, me causou surpresa, pelo reconhecimento de Déda, pelo interesse e aquisição do meu nome.

O que motivou sua saída da assessoria do senador Eduardo Amorim, mesmo ele querendo a sua permanência?

A vida é feita de escolhas. Em fevereiro do ano passado, eu recebi a sinalização de um convite. Tive o início de conversas, mas não avancei, porque na época eu fiz a escolha em permanecer à frente da assessoria de comunicação e marketing do senador Eduardo Amorim. Um mês após a minha escolha pela permanência, foi montado um novo organograma na estrutura como um todo, e o que era comunicação e marketing, ficou apenas sobre a minha coordenação, a comunicação/imprensa (jornalismo).  Após um ano permanecendo com os trabalhos, veio a somar na equipe no período da pré-campanha deste ano, o profissional André Urso, que já esteve em 2010 à frente da campanha vitoriosa para o Senado; esteve também em 2014; e retornou agora. Sabíamos da necessidade de reforço, portando não há problemas relacionados a isso, e que de fato ficamos alinhados; ele no setor do marketing e eu no jornalismo. Mais na frente, houve mais uma contratação do Junior Aragão. Após divulgação na coluna do jornalista Diógenes Brayner, recebi algumas ligações de propostas de trabalho e eu passei a de fato conversar.

Como e com quem foram as conversas para que assumisse a direção da Fundação Aperipê?

Na verdade, o início dos primeiros contatos não foi discutido nenhum tipo de cargo, muito menos relacionados à Fundação Aperipê. Tivemos conversa com o ex-governador, Jackson Barreto, logo depois, com a secretária da Casa Civil, Conceição Vieira, sendo ela a interlocutora e articuladora, já que essa é uma das funções da sua pasta, e, alinhado com o governador Belivaldo Chagas, já nas últimas conversas, foi apresentada a proposta de eu presidir a Fundação Aperipê. Por conta da amizade que tenho com Givaldo, que era até então o presidente da Fundação, amizade que construímos no governo Marcelo Déda, fui surpreendido quando soube que, ao invés de trabalhar com ele, fato esse que já estaria muito feliz e satisfeito, soube naquele momento que iria atuar em seu cargo. Logo me preocupei, mas, por saber que já estava tudo resolvido sobre para onde ele iria, me tranquilizei. Desde então, fui convocado para uma conversa direta com o governador Belivaldo, e logo fechamos esse entendimento.

O que lhe foi pedido?

A única coisa que foi pedida a mim, se baseou na continuidade do trabalho que Givaldo estava realizando na Fundação Aperipê, para que ele pudesse ficar mais próximo do governador.

Apesar do seu conhecimento na área de comunicação, sua ida para o governo tem também um caráter político em ano eleitoral. Como pretende lidar com isso?

Ao longo da minha vida, aprendi que precisamos ser obedientes e seguir diretrizes naquilo que nos foi determinado. O que eu tenho de solicitação com o governo é apenas a minha dedicação à Fundação, na condução da TV e as duas emissoras. Não existe algum outro entendimento na área política. Eu estou retornando para somar, ou seja, onde eu puder contribuir, farei.

O senhor tinha outras portas abertas. Porque optou pelo governo, mesmo sabendo que restam seis meses apenas?

Tivemos, sim, outras conversas. Na verdade foram três. Em torno da Câmera Federal e da Assembleia Legislativa. Confesso que fiquei muito feliz e confortável com o discurso da secretária Conceição Vieira na nossa posse da última sexta-feira, dia 13, quando ela disse que eu sou destemido, corajoso. Ela disse que eu acreditei no meu taco e no potencial do governo, já que ele está no fim em tese e não no início de gestão.

Informação sobre os adversários é algo imprescindível num processo eleitoral. O senhor conhece como poucos um dos adversários do pré candidato Belivaldo Chagas, o senador Eduardo Amorim. Acredita que isso pode ter pesado na sua ida para o governo?

Não. Tenho plena convicção de que no governo não pesou, mesmo porque eu não estou indo para nenhuma assessoria, nem coordenação de campanha. Eu estou indo cuidar de uma Fundação. Portanto, não foi discutido nada além disso. Plagiando uma frase do ex-governador Albano Franco, quando ele diz que todos se conhecem nesse estado, é verdade. Muitos conhecem Chiquinho, e no meu histórico profissional tem figuras ilustres como Wellington Paixão; Manoel Messias; Ivan Paixão; Marta Barreto; Norman Oliveira, Maria Mendonça; Fábio Henrique, Albano Franco; João Alves; Marcelo Déda (in memória); Eliane Aquino... Ou seja, todos conhecem não só o profissional, mas o homem Chiquinho Ferreira. Aquilo que passou ficou lá. Exemplo disso foi quando sair do governo Déda, na época para assessorar Eduardo Amorim. A minha intenção foi cuidar da imagem do senador em 2011, quando assumi a sua coordenação de comunicação. Intensificamos com a caravana ‘Unidos pela vida’ em prol da construção do Hospital do Câncer de Sergipe, que após a sua iniciativa, abraçamos e seguimos com a campanha de mobilização. Passamos um ano colhendo assinaturas no estado inteiro, onde alcançamos 200 mil. Foi através dessa ação que obtivemos uma grande marca do mandato do senador Eduardo Amorim, onde até na Pesquisa Qualy, esse resultado já foi mostrado, o qual me orgulha muito. Da mesma forma farei com a Fundação Aperipê. Zelarei por ela. Sou um radialista, publicitário, que, ao longo dos meus 35 anos, procurei conhecimentos, e sempre buscar experiências no campo do marketing e comunicação. O que eu tenho para vender é o meu conhecimento, a minha leitura, o meu profissionalismo. Ninguém me contrata porque tenho informação. Todos conhecem o meu caráter, principalmente os com os quais eu já trabalhei e citei acima. Só levo em minha bagagem por onde passo muita gratidão.

Há quem atribua ao ex-prefeito de Socorro, Fábio Henrique, a ida do publicitário Júnior Aragão para comandar a assessoria do Senador Eduardo Amorim. Como avalia isso?

Não tenho nenhuma informação oficial. Ou seja, jamais ouvi isso do senador Eduardo Amorim. Não tenho problemas com ninguém, graças a Deus, tanto que estava dando segmento aos trabalhos com André Urso, e poderia está dando também, após a chegada do Junior Aragão. Só deixei claro que, após repercussão disso, eu recebi muitos convites e aceitei um deles.

A sua amizade com o senador Eduardo Amorim está abalada?

Com certeza que não. Nem da minha parte, e acredito que nem da parte dele, já que eu ouvi dele mesmo que a amizade continuaria, e que as portas estariam sempre abertas.

Muitos tinham como certo que, em Eduardo Amorim chegando ao poder, Chiquinho Ferreira seria o secretário de Comunicação. Houve essa promessa?

Nunca existiu qualquer discussão nesse sentido com o senador Eduardo, e nem na minha trajetória como um todo. Quando eu estava na prefeitura com Wellington Paixão não passava em minha cabeça nem de longe, já que eu era um repórter de rua, um menino inexperiente, que pudesse chegar a uma missão tão grandiosa ainda tão jovem. E assim graças a Deus aconteceu. Na minha trajetória eu nunca fiz esse tipo de pedido, apenas assumi compromissos solicitados. Até porque eu já estive como secretário por três vezes, então não tenho vaidade pra isso. Costumo fazer o meu trabalho prestado com respeito, zelo e muito profissionalismo.

Mais Notícias de Joedson Telles
16/11/2021  07h15 "Não vou procurar outro caminho", diz Laércio
Bolsonaro não tem preparo, avalia cientista político
11/10/2021  09h08 Bolsonaro não tem preparo, avalia cientista político
26/09/2021  09h05 "A OAB/SE permaneceu inerte quando os advogados mais precisaram de proteção"
12/09/2021  08h42 "Vou para vencer", afirma Valmir de Francisquinho sobre 2022
22/08/2021  08h03 "Valmir é o melhor político de Sergipe", diz Adailton Sousa

Blogs e Colunas
Joedson Telles
Joedson Telles

Joedson Telles é um jornalista sergipano formado pela Universidade Federal de Sergipe e especializado em política. Exerceu a função de repórter nos jornais Cinform, Correio de Sergipe e Jornal da Cidade. Fundou e edita, há nove anos, o site Universo Político e é colunista político do site F5 News.

E-mail: joedsontelles@gmail.com

O conteúdo e opiniões expressas neste espaço são de responsabilidade exclusiva do seu autor e não representam a opinião deste site.

F5 News Copyright © 2010-2024 F5 News - Sergipe Atualizado